Em sociedade civilizada, ninguém deve comemorar barbárie

  • Por Jovem Pan
  • 12/06/2017 13h45 - Atualizado em 29/06/2017 00h07
Reprodução Rapaz foi filmado enquanto tinha a testa tatuada por torturadores

No último sábado, um rapaz de 17 anos viciado em drogas e álcool e acusado de tentar furtar uma bicicleta teve a testa tatuada com a inscrição “eu sou ladrão e vacilão”.

Ficamos horrorizados com o ato e com as reações. Muitos que se dizem cristãos ou praticantes de alguma religião se manifestaram a favor do ato.

O código de Hamurabi e a lei de talião defendiam o “olho por olho, dente por dente”. Mas isso foi revisto, inclusive por Jesus Cristo, que ensinou o “dar a outra face”.

Nem uma coisa nem outra. As leis existem. A Justiça existe. A polícia existe. Se essas duas pessoas, o tatuador e seu vizinho, que se arvoraram de torturadores do jovem, viram uma tentativa de prática de furto, deveriam ter chamado a polícia e poderiam ter retido o rapaz até a chegada da autoridade.

Nunca terem praticado uma brutalidade dessas, que não passa de tortura. Não é justiça nem reparação. É apenas tortura e desumanidade em seu estado mais brutal. É o homem chegar perto de um animal.

Se, como sociedade, nós aceitamos um crime bárbaro como esse, estamos nos desumanizando e caminhando para a barbárie, rumo a um país incivilizado.

Criticamos o Estado Islâmico, que pratica esse tipo de lei, da sharia, que corta a cabeça de ladrão.

Então, temos de ter coerência se defendemos a ética na política, do Estado, uma nação civilizada e avançada do século XXI. Ninguém pode comemorar uma coisa bárbara como essa.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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