Kassab atua nos bastidores da disputa da presidência da Câmara a favor do Planalto

  • Por Jovem Pan
  • 13/01/2017 11h02
Rádios, AM,FM, Michel Temer Antonio Cruz/Agência Brasil ABR - Presidente Michel Temer

O ministro Gilberto Kassab (PSD) acertou com o presidente Michel Temer e costurou para tirar o seu correligionário Rogério Rosso da disputa da presidência da Câmara, dando apoio ainda não anunciado oficialmente a Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a recondução ao cargo.

A costura política vem de dentro do Planalto, mas ocorre nos bastidores para que não fique configurado explicitamente o apoio de Temer a Maia. Além de Kassab, outros dois ministros do governo participaram de um jantar a favor de Rodrigo Maia no Recife. A coesão dos partidos da base tenta evitar uma disputa que poderia implodir a base aliada do governo em meio aos esforços de Temer para aprovar reformas como a da Previdência e a trabalhista. As informações são da colunista Jovem Pan Vera Magalhães.

A disputa envolvendo o partido de Kassab poderia rachar a base de apoio do governo. Primeiro, o ministro trabalhou para tirar Rosso da presidência do PSD. O atual líder da sigla é Marcos Montes (PSD-MG), nome muito ligado a Aécio Neves, presidente do PSDB, partido que já está no barco de Maia.

A presidência                  

Mas que importância tem a presidência da Câmara? Lembremos de dois episódios: Severino Cavalcanti, ex-baixo clero e desconhecido, que caiu com o caso do mensalinho. O mais recente é Eduardo Cunha, que se tornou um dos nomes mais poderosos da nação no cargo, comandando o impeachment de Dilma Rousseff.

Apoio significativo

O PSD está prestes a oficializar o acordo para apoiar Maia. Isso deve acontecer nos próximos dias, o que praticamente garante a reeleição controversa do carioca, que já obteve o apoio do PR e do PRB e deve alcançar também a aprovação do PP nos próximos dias. A previsão é de que Maia contaria com cerca de 370 votos, uma maioria significativa.

Nos bastidores, o presidente da sigla, ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, já se compôs com Maia, que é do DEM. O PSD de Kassab nasceu como uma dissidência do DEM e foi fundado por uma divergência justamente entre os dois agora aliados.

De acordo com a Constituição, Maia não poderia ser reconduzido ao posto em uma mesma candidatura, mas ele usa uma excepcionalidade, o fato de ter sido eleito interinamente, num “mandato-tampão” após a queda de Eduardo Cunha.

Maia quer contar com o fato consumado, elegendo-se antes de o Supremo voltar às atividades analisar o caso, pois acredita que o Judiciário não vai se meter mais uma vez em um assunto “interna corporis” da Câmara.

PSD

A sigla que deve apoiar Maia estará rejeitando o próprio candidato, Rogério Rosso, ex-líder do PSD, presidente da comissão do impeachment e ex-governador do Distrito Federal, completando o mandato de José Roberto Arruda. Rosso tem se esforçado para se tornar conhecido e alavancar seu nome à disputa pelo governo do DF ou o Senado.

Rogério Rosso / Foto: Agência Brasil

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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