Lima traça esboço para a Conferência do Clima em Paris

  • Por Mona Dorf/Jovem Pan
  • 16/12/2014 17h19

A Conferência do Clima no Peru terminou sem grandes avanços e como vem virando rotina na área do meio ambiente, muita coisa ficou para depois… 

Ainda assim, o​ documento tirado na capital peruana “Chamado de Lima para a Ação sobre o Clima” conté​m​ pontos ​interessantes ​a serem reafirmados daqui a um ano​, na COP-21, em Paris​. 
Entre eles é de se destacar a democrática obrigatoriedade de deveres a ser repartida entre todos, ricos ou pobres. Pela primeira vez na história, todas as nações ficam obrigadas a se comprometer com ações para conter o aquecimento, com metas para reduzir a emissão de CO2, antes restrita aos países ricos.

Vitória das nações desenvolvidas. Para os ambientalistas, secas, furacões, ​tempestades, ​enchentes e elevação dos oceanos se devem ao aquecimento global. Se quisermos evitar eventos extremos, o aquecimento não pode ultrapassar 2°C neste século e para tanto, todos tem de se comprometer com ações para conte​-lo​.

Países pobres terão de assumir cortes nas emissões de Co2, o principal gás do efeito estufa, mas nesse ponto, a coisa pouco andou: países pobres, é claro, contribuíram, menos até agora para o aquecimento, alguns deles poderão sofrer os piores impactos…  

Um mecanismo de compensação foi desenhado. ​A ideia é que ​os paíse​s ​pobres ​sejam “indenizados” através de fundos dos países ricos. Os recursos serviriam para prevenção das catástrofes e adoção de tecnologias limpas. Mas como sempre a questão do dinheiro pega, esse fundo de compensações, não alcançou nem 10% dos 100 bilhões​, ​previ​stos​ in​i​ci​almente​.

Com a queda no desmatamento – nossa maior fonte de carbono – o  Brasil acredita que conseguirá diminuir, até 2020, de 36% a 39% das emissões​, na comparação com 1990.

As metas mais ambiciosas são da União Europeia que quer cortar 30% das emissões até 2020 e 40% até 2030, na comparação com 1990.

Para os EUA, o ano-base tem de ser outro: os americanos poderiam reduzir suas emissões de 26% a 28% até 2025, mas ante 2005.

​Antes do encontro noPeru, havia quem falasse em emissões zero, em 2050… O secretário-geral da ONU Ban Ki ​Moon havia pedido ambição aos negociadores. Lima deixou a desejar…

Espera-se ​para ​os próximos ​meses ​que países como a Índia​,​ que não se compromete, melhorem suas propostas para que o mundo tenha o que brindar​ em​ Paris. Mas entre promessas, metas e cumprimento há uma longa distância…  

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