Marina Silva se transformou no desaguadouro do voto anti-PT

  • Por Jovem Pan
  • 05/09/2014 11h56
OSASCO, SP, 01.09.2014: DEBATE-PRESIDENTE - Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) no debate entre os candidatos à presidência da República, realizado em parceria entre o SBT, UOL, Folha e Jovem Pan. O debate é realizado na sede do SBT em Osasco, na região metropolitana de São Paulo. (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress) Eduardo Knapp/Folhapress Dilma Rousseff e Marina Silva

Reinaldo, então os números demonstram que Marina se transformou mesmo no desaguadouro do voto anti-PT?

É, se transformou sim. Os números do Datafolha em alguns estados demonstram que Marina Silva, presidenciável do PSB, se transformou mesmo no desaguadouro dos votos contra o petismo. E, tudo indica, parte considerável do eleitorado resolveu fazer voto útil já no primeiro turno. Ou por outra: poderia até estar disposta a votar em Aécio ― porque significa um “não” ao petismo ―, mas vê em Marina melhores chances de vencer Dilma. Como a gente percebe isso? Vendo os números.

Se apenas São Paulo elegesse o presidente da República, com 42% dos votos, Marina ficaria perto de ganhar no primeiro turno. Dilma Rousseff, do PT, tem apenas 23%, e Aécio Neves, do PSDB, 18%. No Estado, a presidenciável petista tem uma rejeição de 45%. Aécio se beneficia de uma parte desse sentimento, mas a esmagadora maioria fica com a candidata do PSB. Nota à margem: na capital paulista, o prefeito Fernando Haddad tem uma reprovação de 47%.

No Distrito Federal, onde o governador petista Agnelo Queiroz, é reprovado por 48%, a rejeição a Dilma chega a 45%. Também ali Marina lidera, com 33% dos votos; Aécio tem 20%. Dilma marca 23%.

O mais surpreendente de todos os resultados para Aécio certamente é Minas, onde o PT venceu as eleições presidenciais em 2002, 2006 e 2010. Todos os analistas davam de barato que, desta vez, Aécio levaria uma avalanche de votos. De fato, o voto não dilmista no Estado soma 49%, mas Marina fica com 27%, e Aécio com 22%. De modo até certo ponto surpreendente, Dilma lidera, com 35%.

Marina é a primeira no Rio, com 37%, seguida de Dilma, com 31%. No Estado, Aécio marca apenas 11%. Mas é em Pernambuco, terra natal de Eduardo Campos, que Marina obtém a sua melhor marca: 46%, contra 37% de Dilma. É a primeira vez desde 2002 que o PT não lidera a votação. As circunstâncias fizeram com que Aécio obtivesse apenas 2% entre os pernambucanos.

A petista tem a liderança também no Rio Grande do Sul, com um número expressivo: 38%. É nesse Estado que ela começou a fazer política institucional, ligada ao brizolismo. A candidata do PSB consegue uma boa marca ― 30% ―, e o tucano fica com 15%.

Dilma arrebenta a boca do bolão no Ceará, com 57% dos votos. Marina não deixa de conseguir uma boa marca, considerando a “petização” do Nordeste: 24%. Aécio tem apenas 4%.

A petista, em suma, terá no Nordeste ― exceção feita a Pernambuco ― a sua fortaleza. E Marina tem de se esforçar para tirar a diferença no Sudeste, e sua praça de resistência, na região, é mesmo São Paulo.

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