Na Síria, um pesado e perigoso congestionamento

  • Por Jovem Pan
  • 20/06/2017 13h07 - Atualizado em 29/06/2017 00h48
EFE/EPA/HO HANDOUT HANDOUT EDITORIAL USE ONLY/NO SALES EFE/EPA/HO Míssil iraniano que mira forças do Estado Islâmico na Síria

Na Síria do caos e da barbárie, tudo pode ficar mais caótico, bárbaro e perigoso. Os americanos acabam de derrubar pela primeira vez um avião do regime genocida de Bashar Assad. O Pentágono disse que isto foi feito depois que as forças de Assad atacaram duas vezes rebeldes aliados dos EUA que lideram o assalto a Raqqa, capital do Estado Islâmico.

A operação confirma a disposição do governo Trump de desafiar cada vez mais o regime Assad e seus aliados, em contraste ao comedimento do governo Obama.

Vale lembrar que os aliados sírios dos EUA combatem com mais virulência o Estado Islâmico do que as próprias forças de Assad, respaldadas por russos, iranianos e a milícia xiita libanesa Hezbollah. Moscou disparou fuzilaria retórica contra Washington, alertando que todos aviões americanos e de seus aliados em operação a oeste do rio Eufrates serão considerados “alvos’.

Já os iranianos também intensificam suas ações na “guerra civil” e pela primeira vez dispararam mísseis do próprio país contra posições do Estado Islâmico no leste sírio, em represália ao ataque terrorista do mês passado contra o Parlamento em Teerã e o mausoléu do aiatolá Khomeini, o pai fundador da revolução xiita.

E tem mais neste conflito multidimensional. O Wall Street Journal confirmou no domingo que Israel está proporcionando a rebeldes sírios perto das colinas de Golã um fluxo sistemático de dinheiro, suprimentos médicos e assistência humanitária.

Mapa da BBC para (tentar) entender o mapa do conflito

São grupos rebeldes que combatem Assad, o Hezbollah e o Irã e se dispõem a uma aliança tática com Israel, da mesma forma que o bloco sunita liderado pela Arábia Saudita, que recebeu sinal verde do governo Trump para atuar de forma mais agressiva no seu duelo contra o Irã xiita por hegemonia regional.

A Síria é um campo de batalha terrestre e aéreo cada vez mais congestionado, o que obviamente aumenta o risco de acidentes e desastres geopolíticos de maiores proporções.

Não sabemos como e se um sinal vermelho poderá ser implantado. E nem conversamos aqui sobre o outro campo de batalha do Siraque, o Iraque.

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