Petista Luís Moura deve tentar explicar o que fez em reunião com membros do PCC

  • Por Jovem Pan
  • 28/05/2014 10h24

Reinaldo, Luís Moura, do PT, deputado estadual em São Paulo, deve discursar hoje na Assembleia Legislativa. Ele vai tentar explicar o que fazia em uma reunião com membros do PCC. É isso mesmo?

Sim, é isso. Olá, internautas e amigos da Jovem Pan.

Refresco a memória de vocês. Em março, no auge dos incêndios a ônibus na capital, a polícia civil estourou uma reunião que acontecia na sede da Transcooper, uma cooperativa de vans e microônibus, em que se planejavam justamente os ataques. Lá estavam, acreditem, 13 membros do PCC, o partido do crime.

E quem mais participava do encontro? Ninguém menos do que Luís Moura, que é presidente de honra da Transcooper, o tal deputado petista. Atenção, queridos ouvintes, em três anos essa cooperativa faturou em contratos com a prefeitura 1,8 bilhão de reais.

Há muito tempo a polícia investiga a infiltração do PCC no sistema de transportes da cidade. Só para registro, as dezenas de ônibus incendiados pertenciam, invariavelmente, às empresas privadas. Nunca às cooperativas.

Luís Moura é irmão do vereador Seneval Moura, também do PT e igualmente ligado à associação de perueiros. Ambos são considerados subordinados políticos do secretário dos Transportes da cidade, o deputado federal petista licenciado Jilmar Tatto. Aquele senhor que durante a greve recente de motoristas de ônibus preferiu criticar a polícia militar.

Tatto, ora vejam, no papel, ao menos, doou sozinho 201 mil reais para a campanha de Moura, o homem que estava na reunião com o PCC. Entendo, Tatto prefere atacar outra sigla, a PM. E o que vai dizer o deputado Luís Moura? Vai jurar de pé junto, ora vejam, que não sabia que aqueles com quem se reunia eram membros da facção criminosa. Eles nunca sabem de nada.

Os termos do discurso foram combinados numa reunião com a bancada petista nesta terça. O deputado tem um biografia controversa, foi condenado há 12 anos de cadeia por vários assaltos à mão armada. Não cumpriu pena porque fugiu, e foragido permaneceu por mais de dez anos.

Ao sair dessa forma particular de clandestinidade, solicitou e obteve o perdão judicial. Em 2005 assinou, imaginem vocês, uma declaração de pobreza. Cinco anos depois, na disputa eleitoral de 2010, já declarava bens superiores a cinco milhões de reais.

Na Assembleia Moura é dado a práticas heterodoxas. Apresentou, por exemplo, o recibo de compra de combustível de que tinha direito. O fornecedor, acreditem, é um posto de gasolina de que ele próprio é sócio.

Não é uma figura pequena no partido não, tanto é assim que na festança de seu aniversário o petista de destaque foi ninguém menos do que Alexandre Padilha, pré-candidato do partido ao governo de São Paulo. O vereador Jair Tatto, também petista, irmão de Jilmar, estava lá.

Compreensível, não é todo dia que se tem a chance de prestigiar o presidente de honra de uma cooperativa que fatura 1 bilhão e 800 milhões em três anos, em contratos com a prefeitura. Padilha deve saber o que faz e por que faz.

O PT, como sempre, está dando a maior força a um de seus pilares morais. Quem pode negar que isso faz todo o sentido?

 

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