Presidente Dilma desiste de manter Graça Foster à frente da estatal para evitar uma maior deterioração financeira

  • Por Jovem Pan
  • 04/02/2015 15h23

A deterioração das condições financeiras da Petrobrás e a perda de credibilidade forçaram a presidente Dilma a admitir a mudança na direção da empresa. A insistência na manutenção de Graça Foster só piorou a situação da estatal. As ações vinham despencando desde o ano passado, processo que ganhou força com a divulgação do balanço. Pós divulgação as ações caíram cerca de 20% em poucos dias. Isso ocorreu não apenas pelo fato de o balanço não ser auditado, mas, principalmente, porque a diretoria afirmou que, após meses de atraso na divulgação e muitas análises, não conseguiu identificar o peso dos desvios e da corrupção em obras superfaturadas. Foi a prova do descontrole da gestão,fora todos os outros equívocos que levaram a estatal a uma grave crise financeira.

Mudar a direção da Petrobrás pode ter o mesmo efeito, em termos da credibilidade, da escolha de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. Novos nomes, novos perfis, com menos vínculos políticos e até uma postura contrária à do governo. Nova administração, novas perspectivas ainda que o ajuste seja demorado. Não vai ser de uma hora para outra que a Petrobrás vai reavaliar os ativos, desmontar toda a estrutura de corrupção, recuperar a capacidade financeira e de investimentos, reduzir o endividamento.

Mas a credibilidade pode ajudar muito no processo de ajuste. Além da recuperação do valor de mercado das ações, que vinha em queda livre, a empresa pode ter menos entraves na gestão das dívidas. E ainda pode evitar um rebaixamento mais pesado da nota de avaliação por parte das agências internacionais de classificação de risco. No espaço de poucos dias, duas agências, a Moodys e a Fitch, promoveram revisões para baixo. Não por coincidência, logo após a desastrada divulgação do balanço.

Agora é esperar pelos nomes da nova direção, para ver se vão confirmar as expectativas de uma efetiva mudança de gestão… para melhor.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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