Santinhos da Petrobras são do pau oco

  • Por Jovem Pan
  • 08/04/2014 10h24

Reinaldo, que história é essa de que os santinhos da Petrobras são do pau oco?

Que coisa, né? Estou aqui estarrecido. Até os santinhos, coitados, quando próximos da Petrobras, acabam ficando com o pau oco. Nada escapa da assanha companheira, nem o território sagrado.

Segundo reportagem da Folha, uma verba doada pela Petrobras para a restauração de uma igreja na Bahia, terra natal do então presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, resultou em um dano de 4,2 milhões aos cofres da estatal. Pior ainda, a restauração não terminou, ficou pelo meio do caminho.

É isso mesmo. A estatal liberou a bolada de 7,6 milhões de reais para que a ONG Grupo Ecológico Humanista Papa-Mel restaurasse a igreja Santo Antônio do Cairu, na cidade de Cairu, que fica a 244 quilômetros de Salvador.

A tal entidade foi escolhida a dedo, sem nenhum processo de seleção. Como se sabe, a Petrobras não se preocupa com essas bobagens. Qual é a experiência da tal Papa-Mel em restauração? Nenhuma.

Nunca chegou a colar a cabeça ao corpo de um santinho de barro, nem com superbonder. Trata-se de um grupo de militância ambiental, entenderam? Por isso a ONG subcontratou uma empresa chamada Patrimoni. Aí pensará o ouvinte: “essa sim, sabia tudo de restauração. Certo, Reinaldo?”. Engano, também não sabia nada.

Embora nos relatórios da Petrobras haja informação de que 100% da obra foi concluída, isso é apenas uma mentira. A grana foi repassada a tal Papa-Mel entre 2005 e 2009. Segundo a Controladoria Geral da União, além de ter havido direcionamento na escolha da ONG, houve um prejuízo de 1,7 milhão em decorrência de serviços previstos e não prestados. E há nada menos de 2,5 milhões de gastos sem origem conhecida.

Segundo o relatório da CGU, um certo Manoel Teles, engenheiro que responde pela Patrimoni, teria acesso a informações privilegiadas dentro da Petrobras. Pois é, Tele e o então responsável pela Papa-Mel na época, José Renato Santana Souza, dizem que a obra ficou inacabada porque imprevistos aumentaram o orçamento inicial e que seriam necessários aditivos.

Claro, claro. O aditivo num contrato em razão de imprevistos, como sabemos, é o sal da terra para essa gente. E há mais uma. Nesta segunda a justiça do Rio determinou por meio de uma liminar que a Petrobras suspenda os repasses à fundação cultural educacional de Rádio e Difusão Valência Filho, responsável pelo programa Jovem Aprendiz, que a estatal mantém no norte fluminense.

Valor do contrato firmado em 2013, 55 milhões, 230 mil, 399 reais e 37 centavos. Segundo o Ministério Público, quando se celebrou o acordo, a tal fundação estava inativa e em absoluta irregularidade. É um show de horrores. E pensar que estamos há quase doze anos submetidos à ditadura vagabunda dos valores de estatistas.

Venham cá, vocês acham que uma empresa privada faria certas coisas que faz a Petrobras? Vocês acham que uma empresa privada doaria quase 8 milhões para uma ONG restaurar uma igreja sem que ela fosse especializada no assunto? Vocês acham que uma empresa privada pagaria 1,3 bilhão por uma refinaria que custava 42,5 milhões de dólares um pouco antes?

Sempre que alguém começar a defender as glórias do estado empresário na frente de vocês, ouvintes, das duas uma: ou é um bobalhão desinformado, com os platinados já colados pela ideologia estatista, ou é um potencial ladrão de dinheiro público. No Brasil dos “companheiros”, todo santinho é do pau oco.

 

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