A seco, governo tenta que líderes engulam PEC do teto dos gastos

  • Por Jovem Pan
  • 28/09/2016 08h55

Michel Temer se reúne com ministros e parlamentares da base do governo para discutir a PEC que estabelece teto para os gastos públicos

Valter Campanato/Agência Brasil Michel Temer se reúne com ministros e parlamentares da base do governo para discutir a PEC que estabelece teto para os gastos públicos - ABR

A comida oferecida no jantar que o presidente Michel Temer ofereceu a líderes da base aliada no Congresso não agradou, bem como o cardápio político do encontro, um tanto indigesto.

O prato único foi a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita os gastos públicos à inflação do ano anterior por 20 anos. Desta vez, porém, os líderes se comprometeram com a aprovação da proposta e não fizeram as ressalvas que apresentam usualmente, em relação ao congelamento ou redução de gastos com a saúde e educação.

O jantar se deu na inauguração do Palácio do Alvorada com a nova família presidencial. Michel Temer abriu o encontro dizendo esse projeto não era do governo ou do Congresso, mas do Brasil. O presidente disse que o governo entra com o pé direito no Alvorada para tratar dos interesses do País.

Então, o ministro-chefe da Casa Civil Eliseu Padilha fez uma apresentação em power-point da proposta, à seco, já que os ilustres convidados ainda aguardavam algo para beber ou comer.

Depois, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles falou sobre os aspectos técnicos e de como a PEC implicaria alívio nas contas públicas.

Dois deputados, em seguida, foram selecionados para falar sobre a medida: o peemedebista Darcísio Perondi (RS) aliado de Temer e Padilha, e Danilo Fortes (PSB-CE). Perondi declarou uma das frases mais fortes do encontro: é isso (a aprocação da PEC) ou a bancarrota, a quebradeira.

Em suas falas, Padilha e Meirelles tentaram dissipar preocupação de que haverá redução de gastos na saúde e educação. Os dois ministros destas áreas, inclusive, estavam lá.

O governo trabalha com a possibilidade de a reforma ser desfigurada na Câmara, mas pressiona os líderes para que façam o que o cargo exige.

Só depois disso tudo serviram o jantar: camarão ao molho bechamel, descrito como ruim, um filé ao funghi meio insosso e um frango, além de vinho nacional. Foi notada também a ausência da primeira-dama Marcela Temer, antes esperada no evento.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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