Temer é citado pela segunda vez pedindo doação para o PMDB em 2010

Brasília - O vice-presidente Michel Temer recebe do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, a Medalha do Mérito Legislativo 2015 (Antonio Cruz/Agência Brasil) Eduardo Cunha e Michel temer - AGBR

O governo tenta sair do córner da crise política, mas não será fácil. Estão previstas 77 delações de executivos da Odebrecht. O executivo Márcio Faria, presidente do braço de engenharia industrial da empreiteira, citou o presidente Michel Temer pela segunda vez.

Ele relata encontro no escritóirio político de Temer em 2010, no qual estavam presentes também Eduardo Cunha e o lobista João Augusto Henriques, também preso. Eles teriam “negociado” contrato na área internacional da Petrobras em troca de doações de campanha ao PMDB.

Temer teve de entrar no conteúdo da delação, algo que ele não queria fazer até ter acesso a todos os depoimentos que o envolvem. O presidente disse que não se lembra dos termos do acordo e nunca mais voltou a ver o executivo depois disso. Temer não lembra sequer se era Márcio Farias o executivo que acompanhava Cunha reunião.

As delações a conta-gotas continuam fragilizando o governo, que também corre o risco de perder o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Há especulações de que Padilha poderia tirar uma licença médica.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.