A Venezuela é uma “mancha moral” no continente

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan
  • 26/06/2017 09h24
CAR003. CARACAS (VENEZUELA), 23/03/2017.- Fotografía cedida por el Palacio de Miraflores del presidente de Venezuela, Nicolás Maduro (c), durante su intervención en la "Expo Venezuela Potencia 2017" hoy, jueves 23 de marzo de 2017, en la ciudad de Caracas (Venezuela). Maduro dijo hoy que su Gobierno buscará consensos con los empresarios para recuperar la economía nacional, luego de que el país caribeño entró en una severa crisis desde 2014 a partir de la caída en los precios del crudo, su principal fuente de financiación. "Se acabó el rentismo petrolero (...) quiero consenso y diálogo dinámico entre empresarios", afirmó Maduro durante la instalación de la "Expo Venezuela Potencia 2017", una muestra del trabajo que adelantan 400 compañías en el país, organizada por el Ejecutivo. EFE/PALACIO DE MIRAFLORES/SOLO USO EDITORIAL/NO VENTAS EFE/PALACIO DE MIRAFLORES Nicolás Maduro - EFE

Não vou falar do Brasil, vou falar de coisa pior, aquele vizinho que começa com a letra V. Ao longo da semana passada, li muito sobre a Venezuela nos principais órgãos da imprensa americana. No breaking news. Mais um raio x de degradação, desolação e desesperança.

Basta ver o título de uma reportagem-ensaio de duas páginas na edição de fim de semana do Wall Street Journal: “A virada sinistra da Venezuela”.

O texto enfatiza que o país que já foi um dos mais ricos da América Latina hoje amarga o colapso das instituições democráticas, descambando para níveis de doença, fome e disfunção mais frequentemente vistos em países assolados por guerra civil.

Não é à toa que em prognósticos mais alarmistas, alguns acreditam que o socialismo do século 21 prometido por Hugo Chávez vai se concretizar em uma Síria. Por ora, são mais de 70 dias de protestos que confirmam a coragem e o sacrifício de uma população esgotada com o estado de coisas.

Dos intestinos do chavismo, surgem alguns sinais de empenho para impedir a degringolada total. Um exemplo é a procuradora-geral Luisa Ortega. Seu cargo é semi-independente e ela aproveita para ser uma voz de denúncia dos excessos do desgoverno de Nicolás Maduro, seja na violação dos direitos humanos, seja no plano para aprofundar o autogolpe com a convocação de uma Assembleia Constituinte.

Luisa Ortega não é a nova heroína da resistência, mas a oposição aposta algumas fichas em alguma negociação com gente como ela para tentar organizar uma transição que não seja para o precipício. O drama à beira do abismo é que até agora não existem deserções em escala decente no aparato militar e de segurança capazes de virar o jogo.

Tudo é tão desolador que sequer se consegue uma firme resposta hemisfério à virada sinistra. Na semana passada, a OEA não conseguiu dar uma resposta de condenação ao crescente autoritarismo do governo Maduro, ao não alcançar o número mínimo de 23 votos devido ao boicote de paisecos bolivarianos e abstenção de caribenhos que ainda recebem subsídios do famigerado chavismo.

Na expressão do Financial Times, a Venezuela é uma “mancha moral” no continente.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.