Alckmin defende menos internações na Fundação Casa
O Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, defende que jovens autores de infrações de menor potencial ofensivo não sejam enviados para a Fundação Casa. Este contingente, que abrange 80% das internações, é responsável por delitos como furto e consumo de drogas.
Na quarta-feira (25), os agentes de segurança da Fundação voltaram ao trabalho após greve iniciada no último dia 7 de maio. Durante a paralisação, a entidade pediu para que juízes das Varas da Infância e Juventude não enviassem novos pedidos de internação para algumas unidades.
Alckmin explica que nem sempre a detenção do menor infrator é o caminho mais indicado: “Uma decisão do STJ que diz que nos casos de consumo de droga, na primeira vez que você pega um menino ou uma menina com consumo de droga, você deve chamar os pais. Somente na segunda vez deve fazer o aprisionamento, ou seja, que deve ter privação de liberdade. Temos sempre conversado com a Justiça porque, muitas vezes, na primeira vez já fazem o aprisionamento, aí nós temos que recorrer ao STJ. Ganhamos, mas demora, e aí se passam seis, nove meses, um ano”.
O governador chegou a admitir que ocorreram problemas durante o período da greve dos servidores, mas disse que agora a situação está normalizada: “Você tem outras maneiras além de manter preso. Agora só no período da greve foram 800 internações. Agora acabou a greve, mas no período tivemos dificuldades, até porque também não cumpriram a decisão de manter aqueles 70% que deveriam ser mantidos”.
Atualmente, a Fundação Casa possui quase 10 mil jovens em regime de internação.
Reportagem: Anderson Costa
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