Após Lava Jato, empreiteiras menores ganham espaço no mercado

  • Por Jovem Pan
  • 25/04/2016 11h14
São Paulo - Polícia Federal chega a construtora Odebrecht na 23ª fase da Operação Lava Jato( Rovena Rosa/Agência Brasil) Rovena Rosa/Agência Brasil 40 auditores Da Polícia Federal trabalham na fase que investiga Lula

 Construtoras de médio porte crescem diante do envolvimento de grandes empreiteiras em denúncias de propina investigadas pela Lava Jato. O escândalo marca uma nova cultura no setor que comemora o direito à livre concorrência de mercado com transparência. Galvão Engenharia, OAS, Odebrecht, Andrade Guttierrez e Mendes Júnior são investigadas nos processos da operação pelo juiz Sergio Moro.

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil, José Carlos Martins, destaca que a mudança é salutar para o mercado: “Teremos um país bem diferente e a palavra-chave de tudo isso chama transparência. No instante que houver transparência, tenho certeza absoluta que tudo isso entrará nos eixos. Teremos um mercado mais competitivo, com mais empregos participando”.

De acordo com os empreiteiros, o modelo de negócios que culminou no Petrolão não tem a mínima chance de resistir. O presidente da Agência Brasileira de Exportações, David Barioni, diz que o BNDES auxilia as médias empresas com linhas maciças de financiamento: “Outras construtoras estão nascendo e construtoras que eram de médio porte estão virando grandes. Nós mesmos estamos ajudando algumas, quase uma dezena, para captar investimentos fora do Brasil e se tornarem grandes construtoras, ocupando o lugar deixado pelas outras que agora estão diminuindo seu tamanho”. Apesar do presidente da Apex dizer que há incentivo ao segmento, o setor reclama que os recursos ainda são escassos.

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro, deposita esperanças na retomada dos negócios: “O Brasil se vende lá fora, mas nós precisamos de financiamento. Em função da Lava Jato, os financiamentos estão paralisados, então as empresas estão asfixiadas e não tem como operar no mercado internacional”.

O crescimento das empresas que estão fora da Lava Jato só não foi maior por conta da crise econômica brasileira. Especialistas acreditam que, ao final da recessão, o mercado será dominado por 300 construtoras de forma individual ou em grupo, através de consórcios.

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