Conferência do Clima traz avanços e dúvidas sobre como colocar decisões em prática

  • Por Jovem Pan
  • 14/12/2015 07h11
Brasília - Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em coletiva sobre 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a realizar-se em Paris (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo / Agência Brasil Izabella Teixeira

 Apesar dos avanços na Conferência do Clima, em Paris, ainda existem dúvidas sobre como as decisões serão colocadas em prática. Pela primeira vez na história, 195 países selaram acordo para combater o aquecimento global, com teto de 2°C para o aumento da temperatura.

O texto final do acordo determina que os países desenvolvidos financiem as nações em desenvolvimento com, pelo menos, US$ 100 bilhões por ano.

Ao lado de representantes de outros países, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, comemorou o desfecho da COP-21 e apontou os desafios: “É um acordo que foi feito com sotaque do Brasil. Vamos ter que avançar em energias renováveis, em agricultura de baixo carbono, na agenda florestal, mas mais do que isso, na restauração florestal, no compromisso que a sociedade brasileira define em relação ao enfrentamento de mudanças no clima. Um momento histórico e de muito trabalho pela frente”.

Os 2°C estabelecidos como limite para o aquecimento global serão revistos a cada cinco anos, para adequar a meta à realidade dos países.

Mario Matovani, diretor da SOS Mata Atlântica, afirma que o Acordo de Paris deixa muito mais objetivas as responsabilidades de cada nação: “Colocada essa meta, elas também ficam prontas para serem auditadas, para um organismo da ONU. Ficou muito bom porque agora você sabe o que cobrar em termos de números gerais”. Ele afirma que a COP-21 não termina com a sensação de frustração que outras conferências do clima deixaram.

Carlos Bocuhy, do Instituto Proteção Ambiental, adota uma posição mais crítica, analisando que o documento penaliza os países em desenvolvimento: “O conjunto de medidas estabelecidas no documento de Paris, não é suficiente para resolver o problema dos países mais vulneráveis, quanto aos efeitos das mudanças climáticas. E esses sim, pequenos países insulares, vão acabar sendo penalizados, diante de uma meta maior do que 1,5°C”.

Os termos acordados pelos países e ratificados pela ONU na Conferência do Clima em Paris, a COP-21, começarão a valer em 2020. Os países serão responsáveis por definir um teto para emissões dos gases-estufa e submeterão os resultados à revisão que acorrerá a cada cinco anos.

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