Crimes contra o patrimônio crescem e geram clima de insegurança em SP

  • Por Jovem Pan
  • 26/10/2016 08h48
EFE Armas

A Secretaria da Segurança Pública divulgou nesta terça-feira (25) os números da violência em São Paulo. O repórter Tiago Muniz traz um olhar especial sobre como os crimes contra o patrimônio têm crescido e geram um clima de insegurança na capital paulista.

Confira a reportagem completa:

Foi nesta terça-feira mesmo. Os vizinhos de um caixa eletrônico na Avenida Francisco Matarazzo foram acordados por uma intensa troca de tiros no fim da madrugada. No fim, os criminosos fugiram e dois policiais militares ficaram feridos a tiros de fuzil. Ao repórter Fernando Martins, a aposentada Nilza Souza narrou um cenário de medo.

A insegurança atinge até quem trabalha atrás do volante de um carro blindado. É o caso do motorista executivo Vírgilio Dias de Paula, que se viu obrigado a conviver com a violência nas últimas semanas.

Há quinze dias, enquanto prestava serviço perto de uma das saídas do Minhocão, um ladrão atirou contra o veículo que dirigia. Virgílio chegou até a desenvolver uma estratégia para evitar que o celular seja levado por bandidos na volta para casa. Mas nem todo mundo tem a mesma sorte.

O técnico em controladoria médica Gilson Miguel Fernandes contou que já foi assaltado duas vezes nos últimos seis meses por criminosos armados.

Por trás de todos esses casos, uma grande preocupação em comum: Os crimes contra o patrimônio.

Os furtos e roubos na cidade de São Paulo cresceram de janeiro a setembro na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com a Secretaria da Segurança, os roubos – ou seja, a tomada de algum bem mediante ameaça – subiram 4,07%, com mais de 119 mil casos.

Já os furtos tiveram elevação de 3,34% no acumulado dos nove meses para um total de mais de 135 mil casos em 2016. Estes mesmos indicadores também tiveram alta na soma geral do Estado, com os roubos subindo 6,61% e os furtos com elevação de 4,01%.

O secretário estadual da Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, acredita que o aumento dos indíces se deve à crise econômica.

A analista sênior do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo, afirmou que os crimes contra o patrimônio estão entre os que mais causam a chamada sensação de insegurança. A especialista apontou ainda outra tendência para os crimes contra o patrimônio, que ainda atingem muito a região central, mas já são um perigo bem perceptível em outras áreas da cidade.

A reportagem constatou esse panorama numa visita ao Jardim Mirna, na zona sul. O bairro na região do Grajaú é de responsabilidade do 85º Distrito Policial.

Apesar de ser o segundo DP em número de homicídios registrados em 2016, os roubos preocupam. Uma moradora, que prefere não se identificar, relatou que o marido foi roubado na porta de casa neste mês.

Acostumados com a violência, veteranos das polícias Civil e Militar defendem uma integração melhor das corporações no combate ao crime.

O coronel da reserva da PM Antonio Carlos Biagioni reconheceu que uma união maior serviria para diminuir o número de casos.

O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo Marcos Carneiro Lima lembrou que até hoje as corporações não trocam informações entre si e sequer compartilham o sinal de rádio para o monitoramento das ocorrências.

Frente a tudo isso, o engenheiro eletrônico Fábio Sales Nogueira não pensa em voltar a São Paulo.

Após transitar por 40 anos entre Santo André e a capital paulista, há dois ele se mudou para Blumenau, em Santa Catarina.

O sossego por lá não lembra em nada o cenário assustador do lugar onde nasceu.

Na segunda parte desta reportagem, nós destacamos algumas regiões de São Paulo que sofrem com índices preocupantes dos crimes contra a vida e contra o patrimônio.

Confira a reportagem completa de Tiago Muniz:

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