Cota Shakhtar? Entenda por que time ucraniano põe tantos atletas na Seleção 

  • Por Jovem Pan
  • 20/03/2018 14h35 - Atualizado em 20/03/2018 21h33
Montagem sobre fotos Com Fred, Ismaily e Taison, Shakhtar é, ao lado de PSG e Manchester City, o clube com mais convocados para os amistosos de março

Willian, Fernandinho, Jadson, Douglas Costa, Luiz Adriano, Bernard, Fred, Taison e, agora, Ismaily. De 2010 para cá, poucos clubes do futebol mundial colocaram tantos jogadores na Seleção Brasileira quanto o Shakhtar Donetsk. Jogo de empresários? Convocações motivadas por segundas intenções? Esqueça as teorias da conspiração: a explicação para que tantos atletas do time ucraniano tenham sido recrutados nos últimos anos é mais simples do que parece.

“É importante deixar isso bem claro: o Shakhtar só tem um monte de jogador convocado para a Seleção porque contrata um monte de jogador brasileiro. É simples e matemático”, afirmou o comentarista Bruno Prado, da Rádio Jovem Pan.

Segundo Bruno, há certo preconceito e falta de conhecimento nas críticas feitas aos jogadores do Shakhtar.

“Desde a era Dunga e Mano Menezes, as pessoas falam muito em uma suposta Cota Shakhtar na Seleção… Mas não podemos nos esquecer que, nessa mesma Cota Shakhtar, que é tão ridicularizada, estavam caras como Willian, Douglas Costa e Fernandinho, que se transferiram e hoje mostram qualidade em grandes clubes da Europa”.

Apenas para os amistosos contra Rússia e Alemanha, no fim do mês, na Europa, três jogadores do Shakhtar Donetsk foram convocados por Tite: Ismaily, Fred e Taison. Nenhum clube do mundo teve mais jogadores lembrados – apenas PSG e Manchester City, com os mesmos três, igualam-se.

Mas por que o Shakhtar tem tantos brasileiros? 

O Shakhtar Donetsk é, indubitavelmente, uma das maiores “filiais” do futebol brasileiro na Europa. Além de Marlos, que se naturalizou ucraniano, o clube conta, hoje, com oito jogadores nascidos no País em seu elenco: Ismaily, Dodô, Fred, Dentinho, Wellington Nem, Alan Patrick, Bernard e Taison.

Em 2015, esse número chegou a 13.  

Tal “overdose” pode ser justificada pela predileção de Mircea Lucescu, ex-técnico do Shakhtar, e de Sergei Palkin, CEO do clube, por jogadores brasileiros, mas também tem a ver com uma “frouxidão” da legislação ucraniana.

Ao contrário de outros centros do futebol mundial, no país do leste europeu não há limite para a inscrição de jogadores estrangeiros nos campeonatos nacionais. A única exigência é a de que eles sejam no máximo sete em campo – somados a no mínimo quatro ucranianos. 

Essa facilidade burocrática torna a Ucrânia uma grande porta de entrada para jogadores brasileiros na Europa – e o Shakhtar, clube mais rico do país, aproveita-se disso da melhor maneira possível.

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