Estiagem no fim de 2015 impacta colheita atual de soja

  • Por Mariana Grilli/Jovem Pan
  • 24/02/2016 23h38
Giovane Rocha Colheita de soja em Nova Xavantina

Nova Xavantina/MT – Produtores do Mato Grosso estão sofrendo com o clima quente e seco tão intenso em comparação às últimas décadas. A colheita da safra de soja está sendo realizada nesse primeiro trimestre do ano, com previsão de término até a segunda quinzena de março, e os primeiros resultados têm sido atípicos.

O motivo mais aparente da seca, de acordo com produtores da região de Nova Xavantina e Canarana, é o fenômeno climático El Niño. “Eu moro em Canarana há 37 anos e nunca vi um calor e uma estiagem tão fortes. Tem produtor da região de Canarana que ficou 54 dias sem uma gota d’água, não tem planejamento que funcione”, afirma Arlindo Cancian, presidente do Sindicato Rural de Canarana.

“A gente tem visto uma colheita com vagem e grãos que não se desenvolveram como o convencional. Alguns produtores acabaram tendo quebra de safra, porque plantaram e não tiveram retorno devido à falta de chuva em meados de novembro. Agora o ideal é que a chuva caia uma vez por semana para não prejudicar a colheita da soja e o plantio da safrinha de milho”, afirma o engenheiro agrônomo e produtor Pércio Luiz.

A falta de chuvas influenciou no cumprimento das janelas da safra, o que significa que o produtor estava se planejando para plantar, adubar, aplicar defensivos e colher em determinado período, o qual não se realizou. O reflexo é a perda de sementes, remédios e, principalmente, o débito com as trades ­(empresas que importam as commodities).

Antes de ser plantada, a safra já é negociada com as trades baseando-se em expectativas do mercado futuro. Por isso, é necessário cumprir com o calendário ou tentar “recuperar o tempo perdido” plantando soja com certo atraso, o que também posterga o plantio e colheita da safrinha.

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