Ex-ministro Antonio Palocci é preso em nova fase da Lava Jato

  • Por Jovem Pan
  • 26/09/2016 06h46
Fotos Públicas Antônio Palocci

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta segunda-feira (26), nova fase da Operação Lava Jato, que apura os desvios dentro da Petrobras. O ex-ministro da Fazenda no Governo Lula e ex-ministro-chefe da Casa Civil do Governo Dilma Antonio Palocci foi preso.

Na 35ª fase da operação, batizada de Omertà, foram expedidos 45 mandados judiciais – 27 de busca e apreensão, três de prisão temporária e 15 de condução coercitiva. A Polícia Federal está nas ruas dos Estados de SP, RJ, ES, BA, MT, MS e DF.

Além de Palocci também foram presos o ex-secretário da Casa Civil Juscelino Antônio Dourado e Branislav Kontic, assessor de campanha de Palocci em 2006.

Investigação

As suspeitas relacionadas ao ex-ministro tiveram início na delação de Paulo Roberto Costa, ex-direitor de Abastecimento da Petrobras. O delator afirmou que, em 2010, Alberto Youssef teria pedido R$ 2 milhões da cota de propinas do PP para a campanha de Dilma. Segundo Costa, o pedido teria sido feito por Palocci.

A Operação Omertà investiga indícios de relação criminosa entre Antonio Palocci com o comando da Odebrecht. Segundo a PF, ele teria atuado diretamente como intermediário do PT junto à empreiteira. 

“Há indícios de que o ex-ministro atuou de forma direta a propiciar vantagens econômicas ao grupo empresarial nas mais diversas áreas de contratação com o poder público, tendo sido ele próprio e personagens de seu grupo político beneficiados com vultosos valores ilícitos”, diz nota da PF.

A PF aponta ainda que entre tais negociações estão tratativas entre a Odebrecht e Palocci na tentativa de aprovar o projeto de lei de conversão da MP 460/2009, que resultaria em benefícios fiscais, aumento da linha de crédito junto ao BNDES para país africano e interferência em licitações da Petrobras na aquisição de 21 navios-sonda para exploração do pré-sal.

Omertà

O nome da operação faz referência à origem italiana do codinome que a construtora usava para se referir ao principal investigado desta fase, “italiano”, assim como ao “voto de silêncio” na Odebrecht, que, ao ser quebrado, permitiu o avanço das investigações.

Operação da PF em SP

O repórter Fernando Martins destaca a presença de policiais dentro do imóvel do ex-ministro Antonio Palocci nos Jardins, na zona sul de São Paulo.

A repórter Carolina Ercolin também traz mais informações sobre a ação da Polícia Federal na zona sul. A Polícia Federal, no entanto, não confirma o nome das empresas que são alvo da operação.

Já o repórter Tiago Muniz traz as cidades que são alvo da operação Omertà e destaca que, das sete conduções coercitivas no Estado de SP, apenas cinco serão concretizadas, porque um dos alvos está doente e outro está viajando.

Confira:

Ministro da Justiça

Neste domingo (25), em Ribeirão Preto, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, sinalizou que uma nova etapa da Operação Lava Jato seria deflagrada nesta semana.

Moraes disse que a Lava Jato prosseguiria e emendou: “Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim”, disse o ministro em um evento de campanha do deputado federal Duarte Nogueira (PSDB), candidato a prefeito no município paulista.

34ª fase – Operação Arquivo X

A Polícia Federal deflagrou na última quinta-feira (22) a 34ª fase da Operação Lava Jato, denominada “Arquivo X”. Nela foi preso temporariamente o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Ele seria levado para depor em Curitiba, mas o juiz federal Sergio Moro revogou a prisão temporária e soltou Mantega ainda no final da manhã daquela quinta.

Opinião de Marco Antonio Villa

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