Governo não cumpre acordo com OMS sobre política de prevenção ao suicídio

  • Por Jovem Pan
  • 20/06/2016 13h21
Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil Monumentos de Brasília foram iluminados durante a campanha "Setembro Amarelo"

 Governo Federal não cumpre o acordo firmado junto à Organização Mundial da Saúde, e o Brasil permanece sem uma política nacional para a prevenção do suicídio. Segundo dados do DataSUS, do Ministério da Saúde, todos os anos cerca de 12 mil pessoas, a maioria jovens, se matam no país, número maior do que o das vítimas da AIDS.

O presidente da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio, Humberto Correa da Silva Filho, afirma ainda que há uma subnotificação de casos em território nacional. O psiquiatra ressalta o tabu que cerca o tema e afirma que o trabalho em relação ao suicídio deve ter caráter multidisciplinar: “O Brasil assinou um compromisso junto à OMS para estabelecer sua estratégia nacional e não cumpriu esse compromisso. A prevenção do suicídio é um trabalho para muitas mãos, o que significa que nós entendemos o suicídio do ponto de vista médico, psicológico, mas também social”. Como presidente da ABEPS, Humberto Filho capitaneou o Primeiro Congresso Brasileiro de Prevenção do Suicídio, em Belo Horizonte, encerrado no fim de semana.

A chaga do suicídio tem chamado a atenção não só de autoridades da área da saúde como também de representantes dos mais variados setores da iniciativa privada. O Facebook, por exemplo, lançou na semana passada uma ferramenta cujo objetivo é impedir que as pessoas tirem a própria vida ou se automutilem.

Fruto de uma parceria entre a empresa e o Centro de Valorização à Vida, ela oferece informações aos usuários que propagam ou identificam conteúdos considerados preocupantes. O indivíduo pode, entre outras opções, conversar com uma atendente do CVV. A associação realiza mais de um milhão de atendimentos por ano.

Voluntária do Centro, Adriana Rizzo explica como se dá a conversa com quem procura ajuda: “Durante essa conversa a gente tenta entender quais os motivos levaram à pessoa a tomar essa decisão. A gente vai permitindo que a pessoa reflita sobre isso”.

Os voluntários do Centro de Valorização à Vida atendem pessoalmente, nos postos da associação, pelo número 141 e por e-mail, chat e Skype. Mais informações estão disponíveis no site cvv.org.br

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