Há expectativa excessiva sobre aprovação de reformas, avalia ex-ministro da Fazenda

  • Por Jovem Pan
  • 16/08/2016 10h15
Divulgação/PSDB Dilma se deu conta que tinha que fazer concessões, mas (...) fez isso de maneira mais desastrada possível

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan, o ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nobrega, afirmou que há uma “expectativa excessiva” do que o Governo Temer pode trazer após o processo de impeachment ser encerrado no Senado.

“Todo mundo acha que depois do impeachment vai ser uma maravilha, que vai aprovar reforma, mas acho que isso tudo é muito exagerado. Claro que a nuvem de incerteza desaparece com o impeachment definitivo, mas as reformas não saíram até hoje porque são complexas”, ponderou.

Para ele, o Governo de Michel Temer, caso se confirme o afastamento de Dilma Rousseff de modo definitivo, não consegue atender às expectativas quanto à aprovação de tais reformas. “Ele tem capital político baixo e uma situação muito parecida a de Sarney em termos de capacidade de articulação política. se ele tentar fazer tudo ao mesmo tempo, congestiona, e aí paralisa o sistema político”, disse.

Entre as reformas citadas, Maílson da nobrega crê que a PEC que impõe um teto de gastos público federais seja aprovada. “Em seguida, a reforma da Previdência, que tenho a impressão que há apoio considerável da opinião pública”.

No entanto, a reforma da Previdência, citada pelo economista, não é uma questão ideológica, e sim aritmética: “o ddinheiro disponível não dá para pagar os benefícios”.

“A questão não é a aprovação da reforma da Previdência, é a transição. Como será esta transição. Tudo indica que será uma boa proposta, mas é uma coisa que vai enfrentar muita dificuldade”, disse o ex-ministro. “Se Temer conseguir encaminhar essas reformas, estimular o debate e conseguir a aprovação do teto e da idade mínima da aposentadoria com uma transição razoável, ele terá deixado uma grande herança”, completou.

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