53% da população forçada a se deslocar no mundo é de crianças, diz ACNUR

  • Por Jovem Pan
  • 19/06/2018 07h54
EFE/Yahya Arhab EFE/Yahya Arhab Muitas delas estão desacompanhadas e separadas das famílias

O novo relatório da Agência da ONU para refugiados revela que 53% da população forçada a se deslocar no mundo são crianças. Muitas delas estão desacompanhadas e separadas das famílias.

De acordo com o documento “Tendências Globais”, do ACNUR, o ano de 2017 bateu o recorde com mais de 68,5 milhões de deslocados por causa de guerras e conflitos. Desses, 25,4 milhões são refugiados e mais de três milhões são solicitantes de refúgio.

O professor de Relações Internacionais da FMU, Manuel Furriela, explicou que a saída forçada é uma fuga de uma perseguição em razão de guerras, opções políticas, sexuais e até religiosas. Para ele, o relatório mostra uma realidade ainda pior para as crianças.

A revelação de que as crianças são as que mais precisam deixar suas casas surge em meio a polêmicas envolvendo o presidente norte-americano. Donald Trump virou alvo de críticas com a política de “tolerância zero”, que separou milhares de pais e filhos na fronteira.

No Twitter ele declarou que crianças eram usadas pelos “piores criminosos da terra” para chegar ao país e, durante um pronunciamento, chegou a dizer que parte dos ilegais levam “morte e destruição” aos Estados Unidos.

Em 2017, os Estados Unidos foram o maior destinatário de pedidos de asilos no mundo, com quase 332 solicitações. O relatório também aponta dados que desmistificam percepções que muitas pessoas têm sobre a realidade do deslocamento forçado, como a ideia de que refugiados fogem para países ricos do hemisfério norte.

85% dos refugiados estão nos países em desenvolvimento, muitos deles extremamente pobres e sem apoio para cuidar dessas populações. A Turquia continua liderando a acolhida, com uma população de 3,5 milhões de refugiados, principalmente sírios. Em 2017, cerca de cinco milhões de pessoas puderam retornar para casa, mas o número não é otimista, já que muitos voltaram para contextos ainda frágeis e sem segurança.

*Informações da repórter Marcella Lourenzetto

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