A partir de 2020, governo de SP irá fracionar férias escolares de julho na rede estadual

Os 30 dias serão reduzido para 15 dias e o restante vai ser diluído em outros dois períodos

  • Por Victoria Abel/Jovem Pan
  • 26/04/2019 06h58 - Atualizado em 26/04/2019 10h31
Ciete Silvério/Governo do Estado de SP Ciete Silvério/Governo do Estado de SP A resolução do governo do Estado com as mudanças no calendário de férias ainda deve ser publicada nos próximos dias

O governo de São Paulo vai fracionar as férias escolares de julho na rede estadual de ensino. Hoje, os alunos e professores têm direito a 30 dias corridos de descanso na metade do ano.

A partir de 2020, esse tempo será reduzido para 15 dias e o restante vai ser diluído em outros dois períodos. Uma semana em abril, no final do primeiro bimestre de aulas, e outra semana em outubro, ao término do terceiro bimestre.

Segundo o secretário de Educação, Rossieli Soares, a ideia foi inspirada em modelos como o do Espírito Santo e tem respaldo em estudos de universidades estrangeiras. “Ter períodos menores faz com que a aprendizagem. Quanto mais distante fica para o aluno retomar as aulas, mais você tem que fazer uma recuperação daquele conteúdo”, afirmou.

O secretário ainda negocia com os municípios a adesão a esse novo calendário de férias de forma unificada. Cada prefeitura tem autonomia para definir o calendário escolar.

A União dos Dirigentes Municipais de Educação sugeriu ao governo do estado uma comissão para estudar mais a fundo um calendário em comum.

Para a diretora executiva do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Monica Gardelli Franco, o ganho de aprendizado com a mudança tem que ter evidências claras. Ela ressaltou ainda que o novo calendário precisa ser dialogado com o corpo docente das escolas. “Muitos desses professores não trabalham apenas na rede estadual, mas também em escolas privadas e municipais”, lembrou.

A mudança nas férias ainda tem um aspecto econômico. Estudos da secretaria de Turismo indicam uma vantagem para aqueles que querem períodos de baixa temporada, além de ganhos para a economia regional com viagens mais curtas.

A presidente do Conselho de Turismo da Fecomercio, Mariana Aldrigui, alertou que a alteração do calendário escolar pode ter o efeito contrário se as famílias não se adaptarem à mudança. “Se a gente perceber que não houve diluição da demanda, você simplesmente dobra o volume de pessoas, com metade da capacidade. Poderíamos ter até 30% no preço total da viagem”, ressaltou.

A resolução do governo do Estado com as mudanças no calendário de férias ainda deve ser publicada nos próximos dias.

 

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