Acesso à educação é desafio enfrentado por venezuelanos que vêm ao Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 03/10/2018 06h40
Marcelo Camargo/Agência Brasil Os dados mostram que muitas das meninas e meninos que chegam ao Brasil encontram dificuldades para frequentar a escola, assim como os brasileiros

A UNICEF divulgou um novo monitoramento do fluxo migratório venezuelano no Brasil, tendo como foco crianças e adolescentes. A pesquisa foi realizada nas cidades de Pacaraima e Boa Vista, em Roraima, de maio a junho desse ano.

Foram entrevistadas quase quatro mil pessoas, das quais 425 estavam com seus filhos menores de 18 anos ou acompanhando algum menor de idade.

Os dados mostram que muitas das meninas e meninos que chegam ao Brasil encontram dificuldades para frequentar a escola, assim como os brasileiros. Um número considerável tem acesso à saúde, mas está vulnerável devido a problemas de higiene e alimentação. Também há relatos de crianças expostas à violência.

Desses meninos e meninas da Venezuela que estão no Brasil, 63,5% das quatro mil pessoas não frequentam a escola. As razões incluem falta de vagas, distância e custo. Se pegarmos na faixa etária de 15 a 17 anos, 76% não vão à escola.

Com relação à saúde, a situação é bem melhor. 87 % dos jovens estavam com as vacinas atualizadas e 70% tinham acesso aos serviços de saúde.

Do total de entrevistados da pesquisa, 60% afirmaram que não tinham acesso à água mineral filtrada para beber. Desde que chegaram ao Brasil, 115 crianças e adolescentes venezuelanos, ou seja, 16% das quatro mil pessoas passaram por algum momento em que não tiveram comida suficiente.

De acordo com a UNICEF, uma vez que a amostra foi construída por conveniência, os resultados são indicativos apenas das características da população pesquisada. Não é possível estabelecer uma generalização probabilística de toda a população imigrante venezuelana presente ou em trânsito entre os meses de maio e junho de 2018 em Boa Vista e Pacaraima.

*Informações do repórter Victor Moraes

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