Ao lado de um cemitério, biblioteca transforma vida de moradores de Parelheiros em SP

  • Por Jovem Pan
  • 08/07/2019 08h32 - Atualizado em 08/07/2019 10h13
Marcos Santos/USP Imagens Pessoa escolhe um livro em uma estante Uma das atividades que acontecem no espaço é o 'Cortejo e leitura', projeto que tem o objetivo de discutir a vida e a morte através da literatura

Parelheiros, extremo sul da capital paulista. Uma região muito carente de cultura e lazer é também um lugar onde os moradores nunca perderam a esperança.

Uma iniciativa transformou a vida das pessoas, não só no bairro de Colônia, mas dos vizinhos também. Caminhos da leitura é mais que a única biblioteca da região, é um horizonte de um futuro melhor pra quem ajudou a criar esse espaço.

Como é o caso de uma das fundadoras, Cidinéia Chagas, de 27 anos. “O acesso a um livro é um pouco difícil, principalmente pôr a gente estar em uma região periférica. A biblioteca e o CEU Parelheiros são dois equipamentos culturais, as são poucos pensando no número de habitantes.”

A biblioteca é mantida pelo Instituto Brasileiro Estudos Apoio Comunitário. Até hoje a subprefeitura de Parelheiros nunca ajudou no projeto, só ficou mesmo nas promessas

Irmã de Cidinéia, Silvani Chagas adora poesia e sempre lê para as crianças e adultos. No meio de pouco mais de 5 mil livros ela escolheu o poema na varanda de Sonia Junqueira.

No meio de tanta gente boa que frequenta essa casa, cito um poema da escritora Martha Medeiros que me leva a conhecer um outro lugar pertinho dali, tão diferente e tão silencioso quanto a biblioteca. O poema chama a morte devagar.

Rafael Simões tem 26 anos e é articulador e gestor da biblioteca. Ele conta que ter um cemitério a poucos metros o fez criar um sarau do terror.

“Um dos nossos formadores nos questionou: vocês tem vergonha ou orgulho de estar no espaço do cemitério? A gente tem orgulho. E nós reescrevemos o projeto ‘Cortejo e leitura’ e usamos o espaço para fazer um sarau do terror, que na verdade de terror não tem nada. A gente usa a literatura para discutir a vida e a morte no local.”

*Com informações do repórter Victor Moraes

 

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