Após mudanças no plenário, votação em segundo turno da reforma fica para agosto

No último dia de votações dos destaques, os deputados aprovaram uma redução na idade mínima dos professores próximos da idade de aposentadoria: 55 anos para homens e 52 para mulheres

  • Por Jovem Pan
  • 13/07/2019 14h01 - Atualizado em 13/07/2019 14h01
Divulgação/Agência Câmara Câmara dos Deputados conclui nesta sexta-feira (12) a votação da reforma da Previdência em primeiro turno

Após uma longa semana de votações e discussões, a Câmara dos Deputados concluiu a análise da reforma da Previdência em primeiro turno. No último dia de votações dos destaques, os deputados aprovaram uma redução na idade mínima dos professores próximos da idade de aposentadoria: 55 anos para homens e 52 para mulheres.

A versão anterior do texto previa 58 para eles e 55 para elas. A aprovação foi fruto de um acordo entre a grande maioria dos partidos, incluindo governistas, centro e oposição.

A proposta foi amplamente defendida no plenário, como fez a deputada Jaqueline Cassol (PP-RO). “Do ensino fundamental e do ensino médio, que a jornada não se encerra na escola. Ele [professor] leva para casa, para planejamento. A gente tem percebido que muitos pais têm delegado o papel de educar também para os nossos professores, quando na verdade o papel deles é ensinar.”

O placar foi elástico, 465 votos a 25. Apenas o partido Novo, orientou voto contrário. O deputado Tiago Mitraud (Novo-MG) defende que existem outras maneiras de valorizar os professores.

“Não é em benefícios de aposentadoria que a classe vai ser valorizada. Que quem vai financiar e bancar a classe dos professores são as inúmeras outras classes de trabalhadores brasileiros que não têm aposentadoria especial”, disse.

Cinco destaques foram rejeitados na sexta-feira. Os que gerariam maior impacto fiscal à reforma da evidência, eram do PT. Um que aumentava o valor da pensão de morte de 60% do valor para 100% em todos os casos; outro que alterava a regra do cálculo do benefício da aposentadoria e uma proposta que concedia o benefício integral para quem contribuiu pelo tempo mínimo, que é de 15 anos.

Membros da equipe econômica garantem que os destaques aprovados não vão desidratar o texto. Segundo o secretário de Previdência, Rogério Marinho, o impacto deles não deve chegar a R$ 100 bilhões. “A estimativa que nós fazemos é baseada nos números que foram apresentadas no início do projeto e depois quando houve aprovação na comissão especial. Nós imaginamos entre 50 e 70 bi.

Em entrevista ao programa Pingos nos Is, da Jovem Pan, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, defendeu os acordos sobre as alterações no texto-base. Segundo ele, faz parte do diálogo com o Congresso Nacional.

“Algumas concessões, como foram feitas com os professores, fruto de um grande acordo, a própria retirada do BPC, da aposentadoria rural, são naturais num processo desse tipo. Qualquer projeto que tramita no Parlamento vai sofrer alterações.”

O governo deve divulgar na semana que vem os cálculos oficiais sobre qual impacto a reforma vai proporcionar aos cofres públicos. Estimativas prévias apontam economia em torno de R$ 900 bilhões nos próximos 10 anos.

*Com informações do repórter Levy Guimarães

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