Após negar retirada de professores da Previdência, Câmara retoma nesta quinta votação de destaques

  • Por Jovem Pan
  • 11/07/2019 06h37 - Atualizado em 11/07/2019 11h21
Michel Jesus / Câmara dos Deputados Parlamentares comemoram a aprovação da reforma em primeiro turno

Após a aprovação do texto-base da reforma da Previdência no plenário da Câmara dos Deputados, por 379 votos a 131 na noite desta quarta-feira (10), os parlamentares iniciaram a análise dos destaques. Depois de votarem contra a retirada dos professores do texto, a sessão foi suspensa e tem previsão de retorno para às 9 horas desta quinta-feira (11).

A suspensão aconteceu porque, mesmo derrotada, a proposta de retirada dos professores da nova Previdência conseguiu 265 votos a favor, placar mais apertado do que o governo esperava. Por isso, segundo a líder do governo no Congresso Nacional, deputada Joice Hasselmann (PSL), sessão foi encerrada para reorganizar a base aliada. “O pessoal ficou muto eufórico com a aprovação, então teve gente que ficou muito eufórico, que foi comemorar, aquela coisa toda. Então é melhor a gente fazer um freio de arrumação e amanhã estamos aqui para enfrentar os destaques”, comentou.

Com isso, ficou ainda mais apertado o prazo para concluir toda a votação em dois turno nesta semana. A previsão é que os trabalhos durem até sexta-feira (12) a noite, com possibilidade de se estenderem até o sábado (13).

Primeiro turno

O placar expressivo de aprovação chegou a emocionar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Os 379 votos conquistados foram possíveis apenas com o apoio quase integral dos partidos de centro e de direita, além de alguns dissidentes da oposição.

Nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) cumprimentou Maia e disse que o Brasil está cada vez mais próximo de entrar no caminho do emprego e da prosperidade. De acordo com o porta-voz da presidência, Otávio Rêgo Barros, Bolsonaro acompanhou todo o processo. “No posto de comando do nosso presidente possui uma televisão onde ele a mantém ligada em momentos especiais na nossa República, e ela se mantem ligada neste momento”, disse.

A busca pelos votos durou até o momento da votação e superou os cálculos de alguns  governistas, que já estavam otimismos. Segundo Hasselmann, o placar não surpreendeu. “Não tem surpresa na política, né. Quando eu cheguei aqui nós já tínhamos feito a contabilidade, de 357 votos, inclusive era minha aposta para o bolão, mas nós continuamos trabalhando durante a sessão no plenário. Então durante a sessão a gente conseguiu sair dos 357 para os 379”, ressaltou.

O presidente da Câmara fez um longo discurso para comemorar a aprovação. Além de apontar a importância da reforma, ele defendeu os partidos do centão, que segundo eles estiveram entre os grandes responsáveis pela vitória. Maia também destacou o papel da Casa no processo. “Eu acho que essa relação de confiança é que faz o parlamento hoje ter um protagonismo que não tem há muitos anos”, afirmou.

A oposição protestou ao longo do dia. A deputada Fernanda Melchionna (PSOL) criticou a liberação de emendas parlamentares por parte do governo. “Com o ‘toma lá, dá cá’, com balcão sujo de negócios, que tem a ver com a liberação de emendas parlamentares para comprar votos de parlamentares nessa casa. E se isso não é ser ratazana de terno e gravata, eu não sei o que é ser ratazana de terno e gravata.”

*Com informações do repórter Levy Guimarães 

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