Após polêmica com Segovia, delegados da PF querem nomeação por lista tríplice

  • Por Jovem Pan
  • 16/02/2018 06h44 - Atualizado em 16/02/2018 07h58
Valter Campanato/Agência Brasil Atualmente, o chefe da PF é nomeado pelo presidente da República e a decisão não precisa ser confirmada por nenhum órgão

Após a polêmica com Fernando Segovia, os delegados da Polícia Federal pedem mudanças no processo para a escolha do diretor-geral da corporação.

Atualmente, o chefe da PF é nomeado pelo presidente da República e a decisão não precisa ser confirmada por nenhum órgão.

A ideia é que a escolha passe a ser feita pela própria categoria, no modelo da lista tríplice, que já é usado na Procuradoria-Geral da República.

Nesse caso, há uma eleição interna, entre integrantes do Ministério Público, e a lista com os três mais votados é entregue ao presidente, que faz a indicação.

A discussão voltou a ganhar força, após Fernando Segovia criticar as investigações contra Michel Temer, no caso do decreto do setor portuário.

Em uma entrevista à agência Reuters, ele disse não ver indício de crime cometido pelo presidente e indicou a possibilidade de arquivamento do inquérito.

Após a fala, delegados do grupo que investiga suspeitos com foro privilegiado entregaram um memorando ao diretor de combate ao crime organizado da PF, Eugênio Ricas.

Na carta, os agentes dizem que não vão admitir qualquer interferência e prometem reação, caso haja algum ato que atrapalhe as investigações.

A presidente da Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal, Tânia Prado, afirmou que o método de nomeação precisa ser aprimorado: “a Polícia Federal, infelizmente, não possui sistema de proteção que impeça ingerências externas. E vemos hoje situação em que comando da PF foi escolhido pelo governante e, ao mesmo tempo, há pessoas poderosas sendo investigadas”.

Já o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, minimizou as declarações de Segovia e disse que o diretor-geral da PF falou o óbvio: “o decreto não beneficia a Rodrimar. É como investigar o assassinato de alguém que está vivo. Não vejo nenhum ineditismo nas palavras do Segovia”.

Apesar dos protestos, o ministro Carlos Marun descartou a possibilidade de troca no comando da Polícia Federal.

*Informações do repórter Vitor Brown

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