Após violência doméstica, Roberto Caldas renuncia ao cargo de juiz da CIDH

  • Por Jovem Pan
  • 16/05/2018 08h28 - Atualizado em 16/05/2018 08h35
Wilson Dias/ Agência Brasil Homem de terno e gravata discursa juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos, Roberto Caldas, é alvo de inquérito pelos crimes de injúria e ameaça, agravados pela lei Maria da Penha

Após as acusações de agressões físicas, verbais, estupro e assédio sexual, o advogado Roberto Caldas, renunciou ao cargo de juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Caldas era o representante do Brasil no Tribunal que trata de questões humanitárias e defesa de minorias.

Caldas foi eleito para compor a Corte em 2012 e chegou a presidir entre 2016 e 2017. O advogado renomado foi acusado de agredir a ex-mulher ao longo de 13 anos. Além da esposa, Caldas também teria assediado funcionárias que trabalhavam para o casal.

Segundo a reportagem da revista “Veja”, que revelou a denúncia, Michella Marys conseguiu gravar ao longo de seis anos momentos em que ele a agredia fisicamente e verbalmente. “Estou te odiando, ódio da minha vida que foi me amarrar nessa m… Você é doida e burra ainda. Quero que você se enjoe de mim”, revela a gravação.

Segundo Michella, em outubro do ano passado, Roberto Caldas teria a ameaçado de pegar uma faca para matá-la, mas foi impedido pelas funcionárias. A ex-mulher explica que não fez a denúncia antes por medo de que ninguém acreditasse nela, principalmente pelo cargo que ele exercia.

O advogado de defesa, tanto de Michella, quanto das funcionárias, Pedro Calmon, explicou que o caso é muito emblemático e cobrou uma condenação. “Não quero de maneira de alguma que se observe o doutor Roberto Caldas como alguém doente. Isso foi uma situação de extrema hipocrisia. Ele estava consciente de tudo o que estava fazendo e é um sujeito frio e extremamente calculista”, disse Calmon.

Na semana passada, o Ministério Público pediu que Roberto Caldas mantenha distância da ex-mulher. Ele também é alvo de inquérito pelos crimes de injúria e ameaça, agravados pela lei Maria da Penha. As funcionárias também prometeram processar o advogado por assédio sexual.

*Com informações da repórter Natacha Mazzaro

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