Aprovação de Trump despenca após relatório sobre interferência russa nas eleições de 2016

  • Por Jovem Pan
  • 20/04/2019 08h00 - Atualizado em 20/04/2019 08h03
EFE Apenas 1/3 da população americana aprova o governo de Donald Trump

A aprovação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou ao nível mais baixo do ano, de acordo com uma pesquisa da Reuters/Ipsos. Só 37% dos norte-americanos dizem aprovar o governo do presidente.

A pesquisa foi feita depois que o Departamento da Justiça dos Estados Unidos divulgou um relatório com as conclusões de uma investigação sobre a campanha eleitoral de Donald Trump.

A investigação foi conduzida pelo procurador especial Robert Mueller com o objetivo de entender se de fato existiu uma conspiração criminosa entre a campanha de Trump e a Rússia, e saber se o presidente norte-americano tentou obstruir as investigações sobre o assunto.

O relatório de mais de 400 páginas diz não ter identificado nenhum conluio entre Trump e a Rússia, mas afirma que não é possível saber se o presidente obstruiu ou não a Justiça. Por isso, o relatório não indica que Donald Trump tenha cometido um crime, mas também não o inocenta.

O professor do curso de Direito Internacional da FMU, Manoel Furriela, explica que o relatório pode prejudicar Trump, mas não ameaça o mandato como presidente dos Estados Unidos. Furriela explica que os indícios de que Trump possa ter feito algo ilegal ainda são muito frágeis.

“O que temos são alguns elementos de possíveis interesses russos na vitória de Donald Trump. Algumas decisões tomadas sobre a alteração na alta direção do FBI são apontadas como possíveis fatores que favoreceriam um prejuízo às investigações sobre o caso. Essa obstrução da Justiça é mais caracterizada no relatório apresentado, mas de qualquer forma ele também não é concreto”, afirmou o professor.

Na sexta-feira (19), Donald Trump se pronunciou sobre o assunto. “Nada de conluio, nada de obstrução. nunca existiu, aliás, e nunca vai existir”, declarou o presidente americano.

O procurador-geral dos Estados Unidos, Bill Barr, afirma que o relatório deixa claro que os russos tentaram interferir nas eleições, mas que eles não tiveram o apoio de Trump, nem de outros integrantes da campanha.O relatório também revelou que Trump teria dito “este é o fim da minha presidência” e usado um palavrão quando a investigação de Mueller foi anunciada.

Alguns trechos do relatório estão sob sigilo e aparecem com uma tarja preta no documento. A Procuradoria julgou que esses trechos não poderiam ser publicados por causa da segurança do inquérito, mas agora os parlamentares democratas, da oposição a Trump, querem que o Departamento de Justiça apresente uma segunda versão do documento ao Congresso, com menos trechos sob sigilo.

*Com informações da repórter Mariana Janjácomo

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