Baixo número de mulheres nomeadas não é exclusividade do Governo de transição de Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 12/11/2018 06h37 - Atualizado em 12/11/2018 07h31
Antonio Cruz/Agência Brasil A baixa representação feminina no executivo brasileiro também se estende ao longo dos governos de mandatos duplos

Após receber críticas por não ter, a princípio, nomeado mulheres em na equipe de transição, o presidente eleito Jair Bolsonaro divulgou na mesma semana quatro nomes femininos para os grupos de trabalho – além da deputada federal Tereza Cristina como futura ministra da Agricultura.

O baixo número de mulheres nomeadas, no entanto, não é exclusividade do Governo de transição de Bolsonaro. Dos 29 membros da equipe de transição do então presidente eleito Lula, em 2002, sete eram mulheres.

Comparando os primeiros nomes anunciados como futuros ministros durante as transições de governo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não nomeou nenhuma mulher entre os cinco selecionados na transição de 1994.

Entre os sete primeiros ministérios anunciados por Lula, na passagem para seu primeiro mandato, dois seriam ocupados por mulheres. Eram elas, Marina Silva e Dilma Rousseff.

Já entre os cinco primeiros escolhidos ministros por Dilma na transição de Governo de 2010, uma era mulher, Miriam Belchior.

A baixa representação feminina no executivo brasileiro também se estende ao longo dos governos de mandatos duplos. Dos 194 ministros titulares e interinos de FHC, apenas 12 eram mulheres. Nos governos Lula, entre os 208 ministros titulares e interinos, estavam 18 mulheres.

A presença feminina se eleva um pouco nos mandatos de Dilma, mas, ainda assim, foi baixa. Dos 187 ministros titulares e interinos da ex-presidente, 28 eram mulheres.

A doutora em Ciência Política pela Universidade de São Paulo, especialista em representação e comportamento político e professora da Universidade Federal de São Carlos, Maria do Socorro Souza Braga, apontou que para se alcançar uma paridade entre mulheres e homens nos governos, sociedade e partidos políticos precisam agir.

Ela deu o exemplo do Canadá como um país que já alcançou essa paridade entre gêneros no governo e mencionou que a representação feminina na política brasileira poderia começar a se resolver com reserva de cadeiras para as mulheres no executivo, como já acontece em outros países.

*Informações da repórter Victoria Abel

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