‘Bolsonaro traidor’: policiais protestam por mudanças na Previdência e recebem apoio do PSL

  • Por Jovem Pan
  • 03/07/2019 06h38 - Atualizado em 03/07/2019 10h53
Reprodução Em vídeo, policiais pedem por alterações na reforma da Previdência de sua categoria

Policiais Civis e Federais protestaram, nesta terça-feira em Brasília pedindo os mesmos benefícios dos militares na reforma da Previdência. A manifestação aconteceu dentro e fora do Congresso e foi organizada pela União dos Policiais do Brasil.

Entre outros pontos, a categoria defende uma regra de transição mais amena. Os policiais também não querem ter uma idade mínima para a aposentadoria, benefício que, pela proposta, está assegurado aos militares.

Durante o protesto, os agentes chegaram a gritar palavras de ordem contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Bolsonaro traidor, Bolsonaro traidor!”

O relatório final do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) prevê que policiais e agentes poderão “aposentar-se, observada a idade mínima de 55 anos, na forma da Lei Complementar número 51, de dezembro de 1985”. + O dispositivo, alterado em 2014, diz que o servidor público policial será aposentado “voluntariamente, com proventos integrais, independentemente da idade”, cumprido um período mínimo de contribuição.

Parte da bancada do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, pressiona pela inclusão das regras diferenciadas para os policiais ameaçando, inclusive, não votar o texto da Reforma.

No plenário da Câmara, o deputado Alexandre Frota (PSL-SP) disse que os policiais têm que receber um tratamento adequado na nova Previdência. “Claro que merecem uma aposentadoria justa para que o trabalho continue sendo feito com eficiência. Segurança pública, os policiais não podem ser esquecidos e desvalorizados, não podem ser abandonados nesta reforma da Previdência”, ressaltou.

O deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) defendeu que os agentes da segurança pública sejam incluídos na proposta com regras especiais. Para ele, “Alguns não cosneguirão, simplesmente não conseguirão executar as suas missões com o vigor físico que a profissão exige” caso a idade mínima seja imposta.

A equipe econômica já sinalizou ser contrária a alteração no texto, dizendo que a mudança desidrataria a reforma.  Já o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou que Bolsonaro entende “as preocupações” dos órgãos de segurança pública. “Compreende as suas diferenças como categoria, as apoia, mas coloca acima de todas as categorias o sucesso da sociedade e da aprovação da nova Previdência.”

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), adotou um tom conciliador e disse que vale a pensa estudar um acordo intermediário. “Não estou dizendo que é simples, não pode representar um valor que nos tire dos R$ 940 bilhões, eu acho que não tira, mas tem que ter muito cuidado na possibilidade de incluir qualquer coisa agora. Vai precisar, inclusive, de uma sinalização do próprio ministério da Economia dizendo que não há nenhum desconforto para a equipe econômica neste diálogo e nessa possível ou não inclusão.”

Segundo a categoria dos policiais as mudanças reduziriam em 4 bilhões de reais a economia gerada pela reforma da Previdência em dez anos.

*Com informações do repórter Afonso Marangoni

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