Secretário cita ‘conexão’ entre Bolsonaro e Trump e garante que, após Mercosul-UE, Brasil buscará outras parcerias econômicas

  • Por Jovem Pan
  • 19/07/2019 08h10 - Atualizado em 19/07/2019 10h35
Isac Nóbrega/PR Bolsonaro esteve com outros líderes do Mercosul nesta quarta-feira

O secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, disse que após a finalização acordo econômico entre Mercosul e União Europeia (UE), o Brasil buscará outros países para fazer parcerias no âmbito comercial. Em entrevista ao Jornal da Manhã desta sexta-feira (19), ele ressaltou que tanto o Brasil quando o bloco sul-americano estão deixando para trás o “viés ideológico” e que, com isso, o número de acordos possíveis será ampliado.

“O Mercosul está mudando de natureza, está deixando de ser uma caixa de ressonância ideológica, o que foi durante muito tempo e fez com que nós perdêssemos grandes chances de nos vincular a outros países e meios de produção. Estamos correndo atrás do tempo perdido, então já estamos concluindo uma rodada de negociações com a Associação Europeia de Livre Comercio, que inclui países muito ricos como Noruega, Suíça, Islândia… Estamos, também, em negociações avançadas com o México, avançando com o Canadá, e teremos grande oportunidade com a Coréia do Sul nos próximos 12 meses”, listou.

Troyjo celebrou, ainda, a sintonia existente entre o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o que também pode facilitar possíveis parcerias. “Depois dessas que já estão acontecemos, partiremos para Japão e Estados Unidos, as maiores economias do mundo. A conexão entre Bolsonaro, Macri e Trump cria um ambiente favorável para negociação.”

O secretário lembrou que os EUA possuem, atualmente, autorização do Congresso para fazer negociações comerciais, o que também auxilia no acerto de acordos. “Além da empatia, há essa autorização da Casa Branca, por mais dois anos. Temos chances muito grandes”, afirmou.

Segundo ele, a orientação recebida tanto do presidente como do ministro da Economia, Paulo Guedes, é “liberal”. “O presidente da República nos indicou que deveríamos buscar fazer negócios com os quatro cantos do mundo, sem viés de ideologia política. A regra e aumentar o volume de negócios para o Brasil, porque nesses últimos 70 anos não há um único milagre econômico que não tenha sido turbinado por países potencialmente fortes”, declarou.

Troyjo disse que tanto o Brasil quanto o Mercosul pararão discutir questões como “se a Crimeia pertence à Rússia ou qual caminho o Oriente Médio deve seguir” para se concentrarem no “que realmente interessa, como condições logísticas, de transporte, entre outras, para transformar bloco em área de livre comércio.”

“É um absurdo a gente comprar uma garrafa de vinho argentino mais barata em Hong Kong do que em São Paulo, uma Havaiannas mais em conta em Miami que em Buenos Aires. A gente precisa mudar isso”, finalizou.

 

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