Brexit: Agonia chega ao Palácio de Buckingham e rainha Elizabeth II pede que país encontre entendimento

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 25/01/2019 09h47
EFE/Facundo Arrizabalaga EFE/Facundo Arrizabalaga A rainha Elizabeth II aproveitou um compromisso público nesta quinta-feira (24) para pedir que o país encontre um entendimento e respeite a pluralidade de opiniões

A agonia que os britânicos vivem por contas das indefinições trazidas pelo Brexit chegou até ao Palácio de Buckingham. A data para que a Grã Bretanha efetive sua desfiliação da União Europeia se aproxima rapidamente: agora faltam apenas dois meses.

A rainha Elizabeth II aproveitou um compromisso público nesta quinta-feira (24) para pedir que o país encontre um entendimento e respeite a pluralidade de opiniões.

Embora não tenha citado diretamente o Brexit, ficou claro que a monarca se referia ao momento de profunda divisão vivido pelos britânicos. E isso é bastante relevante, já que historicamente a chefe de estado da Grã Bretanha não se pronuncia sobre assuntos políticos. A rainha é a forma mais pura de neutralidade quando o assunto é política.

Mas foi a esse ponto de divisão que a Grã Bretanha chegou.

Na semana que vem o parlamento irá votar mais uma vez o plano de separação apresentado pela primeira-minsitra Theresa May. Até agora pouca coisa mudou no acordo que foi massacrado pela Câmara dos Comuns duas semanas atrás.

A expectativa é que novas concessões sejam feitas nas negociações sobre a fronteira da Irlanda, que é o principal entrave no momento. Enquanto isso, os países europeus seguem seus preparativos para o cenário que parece muito provável: a separação sem acordo.

As grandes empresas aproveitaram o Fórum Econômico Mundial em Davos para fazer alertas mais diretos que o da rainha.

A Airbus, uma das duas gigantes mundiais de aviação, chamou o Brexit sem acordo de desastre e ameaçou retirar sua produção de asas do Reino Unido caso o país se desfilie da União Europeia de forma litigiosa. A Airbus emprega 14 mil pessoas em território britânico.

Já o CEO do Goldman Sachs, David Solomon, afirmou que o banco congelou novas contratações no Reino Unido e passou a empregar mais gente na Europa diante do cenário nebuloso.

Durante sua intervenção ontem a rainha Elizabeth II deu o aviso, que vale não apenas para a Inglaterra, mas para todos os países que enfrentam tempos sombrios de divisão popular – e que não são poucos. Ela disse: “Claro que toda geração enfrenta novos desafios e oportunidades. À medida que procuramos novas respostas na era moderna, eu, pelo menos, prefiro as receitas já experimentadas e testadas, como falar bem um do outro e respeitar pontos de vista diferentes; unir-se na busca de entendimentos; e nunca perder de vista o lado macro das coisas”.

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