Buscas em Brumadinho completam 100 dias; 35 seguem desaparecidos

  • Por Jovem Pan
  • 04/05/2019 10h28 - Atualizado em 04/05/2019 10h51
Cadu Rolim/Estadão Conteúdo Bombeiro trabalha em Brumadinho Tenente afirma que buscas não terminam até que todos as vítimas sejam localizadas ou o trabalho se torne biologicamente inviável

O trabalho do Corpo de Bombeiros em Brumadinho (MG) completa 100 dias neste sábado (4). A corporação ainda busca 35 vítimas desaparecidas desde o rompimento da barragem da Vale na Mina do Feijão, no dia 25 de janeiro. 235 corpos já foram resgatados.

“Atualmente fazemos um trabalho sistêmico, que é tentar remover os rejeitos com base em cruzamento de dados. Um exemplo foi a localização de vários piezômetros (dispositivos usados para medir pressão) que antes do rompimento estavam na barragem. Ao localizá-los, temos uma estimativa muito precisa sobre o deslocamento da lama”, explicou o tenente Pedro Aihara ao Jornal da Manhã deste sábado.

Aihara também disse que, além da localização dos corpos, o foco agora é a retirada dos rejeitos contaminados. “O que também fazemos é a retirada dos rejeitos com uma retroescavadeira e espalhamento para outras áreas. É um trabalho bastante complexo, de várias fases, mas é necessário para que consigamos localizar essas 35 pessoas que permanecem desparecidas”, detalhou.

A maior dificuldade no momento é o estado avançado de decomposição dos corpos, que, pela extensão da área atingida e a profundidade da lama, torna as buscas mais delicadas. “O Corpo de Bombeiros já fez mais 600 resgates de cadáveres ou segmentos corpóreo. Mas ainda existe uma quantidade muito grande a ser analisada pelo IML pois processo de identificação nesse momento é somente por DNA, o que demanda mais tempo”, disse Aihara.

O tenente dos Bombeiros afirmou que as buscas não têm data para acabar. “Trabalhamos com duas possibilidades: a localização de todos os desaparecidos ou não haver mais condições biológicas para continuarmos com as buscas em decorrência da decomposição dos corpos. Até que a gente atinja um dos dois momentos nós não pararemos a operação.”

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