Câmara dos Comuns, em Londres, quer regular redes sociais e coleta de dados de usuários

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 18/02/2019 09h20
EFE Facebook está mais disposto em fazer jogo de cena que de fato colaborar com as autoridades para combater os problemas levantados

A ameaça que as redes sociais representam para a democracia está saindo do controle e é hora de agir com firmeza. Pelo menos esse é o consenso entre os parlamentares britânicos que concluíram uma investigação de 18 meses sobre notícias falsas.

Essa praga se disseminou ao redor do mundo usando plataformas como Facebook e Twitter para alcançar até o mais precavido dos usuários. Por isso a comissão da Câmara dos Comuns em Londres quer regular as redes sociais e sobretudo a coleta de dados de seus usuários. Porque as investigações não buscaram apenas entender os estragos das fake news, mas também foram feitas na esteira do escândalo da Cambridge Analytica.

A empresa de marketing político com sede em Londres utilizou dados de milhões de usuários do Facebook para direcionar conteúdo na campanha eleitoral americana. Os parlamentares britânicos concluíram o óbvio: as leis eleitorais do país estão absolutamente defasadas para lidar com a era digital.

Diversas propostas foram apresentadas para modernizar a legislação e regular a disseminação de conteúdo nas redes sociais, incluindo a criação de um órgão independente de fiscalização.

A ideia é taxar as empresas de redes sociais para levantar fundos financeiros que seriam utilizados para tentar conter os abusos nas redes sociais.

O que ficou claro na investigação feita na Inglaterra, no entanto, é que o Facebook está mais disposto em fazer jogo de cena que de fato colaborar com as autoridades para combater os problemas levantados.

Um parlamentar de Londres chegou a dizer que para as empresas de tecnologia é mais fácil pedir desculpas que pedir autorização. E que essa cultura precisa mudar. Até porque, convenhamos, se o Facebook não leva a sério nem a democracia do Reino Unido, imagine o que eles pensam e fazem no Brasil.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.