Candidatos a procurador-geral da República defendem respeito à lista tríplice

  • Por Victoria Abel/Jovem Pan
  • 05/06/2019 06h57 - Atualizado em 05/06/2019 11h09
José Cruz/Agência Brasil procuradoria-geral da república Existe uma incerteza se o presidente Jair Bolsonaro vai respeitar a lista para a indicação à PGR

Candidatos à lista tríplice para a vaga de procurador-geral da República pediram respeito à tradição para escolha do cargo e criticaram a possibilidade da atual procuradora Raquel Dodge concorrer separadamente a um novo mandato.

Dez procuradores participaram de um debate nesta terça-feira, em São Paulo. Existe uma incerteza se o presidente Jair Bolsonaro vai respeitar a lista para a indicação à PGR. Em outras ocasiões, Bolsonaro chegou a afirmar que escolheria um dos eleitos apenas “se fosse um dos seus”.

A lista tríplice, defendida pelos candidatos presentes, é uma tradição desde 2001.

Os candidatos, membros do Ministério Público, se inscreveram para disputar a eleição interna da Associação Nacional de Procuradores da República.

A instituição elege os 3 nomes para compor a lista tríplice, remetida ao presidente, que pode ou não indicar um deles.

Na maioria das vezes, o primeiro colocado foi indicado ao cargo.

Candidato na disputa interna, o procurador regional Vladimir Aras afirma que a lista tríplice é uma conquista para o processo democrático: “Nós esperamos que essa consulta continue sendo aperfeiçoada e reconhecida como uma oferta de nomes que têm legitimação interna”.

Para a subprocuradora geral Luiza Cristina Frischeisen, o respeito à lista é importante para própria manutenção da instituição Ministério Público: “Nós entendemos a lista como um patrimônio institucional do MPF”.

O ex-presidente da Associação Nacional dos Procuradores, José Robalinho Cavalcanti, aposta que Jair Bolsonaro vai escolher um nome da lista, já que o presidente sempre teve o compromisso com um MP independente. “Ele tem uma proximidade com as lutas do Ministério Público, sempre defendeu um MP ativo. Uma pessoa com esse perfil, acho difícil que não veja a importância da lista tríplice.”

A atual procuradora-geral da República Raquel Dodge não está concorrendo nesta eleição promovida pela Associação dos Procuradores.

No entanto, a manutenção de Dodge ainda pode ocorrer diretamente pela Palácio do Planalto. Dodge ficou em segundo lugar na disputa de 2017, mesmo assim acabou sendo escolhida pelo ex-presidente Michel Temer.

A eleição para a lista tríplice deste ano está marcada para o dia 18 de junho.

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