Casamento de Harry e Meghan dá ar de modernidade à realeza britânica

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan em Londres
  • 18/05/2018 09h47 - Atualizado em 18/05/2018 09h49
EFE/Isabel Infantes Turistas tiram foto ao lado de imagens de tamanho real do príncipe Harry e Meghan Markle, em Windsor, onde ocorre o casamento real

O Reino Unido vive a expectativa de mais um casamento real, dessa vez do filho caçula do príncipe Charles, o príncipe Harry.

A festa deste sábado não se compara em dimensão à realizada em 2011 para o príncipe William, irmão mais velho do noivo.

Mas isso não significa que a cerimônia de amanhã em Windsor seja menos importante para renovar a imagem da monarquia britânica.

Até pelas características do casal. Harry foi um adolescente que deu trabalho para os assessores do Palácio de Buckingham.

Foi fotografado nu em baladas na piscina. Participou de festa à fantasia vestido de oficial nazista. Exagerou no álcool em diversas ocasiões. Nada extremamente fora da curva para um caboclo comum. A maioria de nós faz idiotice mesmo quando é adolescente.

Agora, Harry se casa com uma mulher que não tem o perfil típico de uma integrante da realeza. A começar pelo fato de ser estrangeira.

Mas os britânicos não se contaminaram pelos comentários preconceituosos dos tabloides sobre Meghan Markle, ativista americana, atriz, filha de mãe preta e pai branco, mais velha que o príncipe e divorciada.

As ruas da pequena Windsor já estão abarrotadas desde esta quinta (17), com gente acampada para acompanhar o desfile dos noivos neste sábado (19).

Há grande simpatia popular pela festa e mesmo as polêmicas de última hora, como a ausência do pai da noiva, que alegou motivos de saúde depois de ser acusado de vender imagens para a imprensa marrom, se tornaram em mais um combustível para elevar a audiência sobre a festa.

“Com quem Meghan vai entrar na Capela de São Jorge? Com a mãe? Com o príncipe Charles? Com o príncipe William?”, perguntam incessantemente os correspondentes da BBC nas últimas horas.

O casamento real, no final das contas, vai ser como todos os outros, pelos protocolos, propaganda institucional, exercício de “soft power”.

Mas também como nenhum outro, por simbolizar que a realeza tem se modernizado na medida do possível na última década.

Ocasiões como essa deixam claro que a instituição monárquica na Grã Bretanha ainda terá vida muito longa, apesar de seu caráter meramente ilustrativo de difícil compreensão para os estrangeiros.

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