Cautelosa, UE rechaça governo Maduro, mas pede saída dialogada para a crise

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 24/01/2019 09h15
EFE O texto expressou o desejo europeu de ver a convocação de novas eleições no país e a garantia da segurança de manifestantes e, inclusive, do presidente da Assembleia Nacional

A União Europeia assiste com cautela à crise política na Venezuela e as divisões internas do bloco se tornaram mais aparentes nas últimas horas. Ao contrário do Brasil, dos Estados Unidos e de outros países americanos, os europeus ainda não declararam apoio explícito a Juan Guaidó.

Horas depois da autodeclaração de Guaidó como presidente interino do país, a União Europeia divulgou um comunicado reafirmando o rechaço ao governo de Nicolás Maduro, mas pediu uma saída dialogada para a crise.

O texto expressou o desejo europeu de ver a convocação de novas eleições no país e a garantia da segurança de manifestantes e, inclusive, do presidente da Assembleia Nacional, que tenta assumir o poder.

Apesar da posição cautelosa como grupo, individualmente, diversos líderes do bloco, sobretudo os conservadores, incentivam a ação da oposição venezuelana. Donald Tusk, presidente da comissão europeia, declarou que a Assembleia Nacional e Juan Guaidó têm um mandato democrático conferido pelo povo venezuelano, ao contrário de Maduro.

A falta de consenso se estende até a Espanha, país com fortes relações históricas com a América Latina e que demonstra maior interesse público no assunto. O governo de Madri, comandado pela esquerda, está sendo pressionado para declarar apoio à tentativa de derrubar Maduro.

Mas a tendência no momento é que o país siga a posição europeia de pedir cautela no tema, ainda que poucos apoiem publicamente Nicolás Maduro, nem mesmo as forças de esquerda locais.

O consenso entre os europeus, no entanto, é que ainda que conte com o apoio de Estados Unidos e Canadá, além é claro de outros países sul-americanos, a queda de Maduro ainda não está garantida.

Ele segue com apoio considerável dos militares locais e o poder político do grupo de Guaidó é ainda é mais simbólico que efetivo. Claro que, como tudo na América Latina, a situação pode mudar drasticamente em questão de horas. A preocupação principal, entretanto, é que a possível troca de poder na Venezuela não termine em um banho de sangue.

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