Curto-circuito causou incêndio em prédio que desabou no centro de SP

  • Por Jovem Pan
  • 04/05/2018 08h21 - Atualizado em 04/05/2018 08h24
Tiago Muniz/Jovem Pan Moradores do Edifício Wilton Paes de Almeida pagavam até R$ 400,00 para o Movimento da Luta Social por Moradia

Um curto-circuito causou incêndio em prédio que desabou no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo. De acordo com a Polícia Civil, o incidente teria ocorrido em uma das tomadas de um apartamento improvisado no 5º andar.

A ocorrência foi confirmada por moradores que conseguiram escapar do incêndio e prestaram depoimento nesta quinta-feira (4). Responsável pelo caso, o delegado Marco Antônio de Paula Santos, do 3º Departamento Policial da seccional do Centro, explicou o caso.

“O fogo começou numa tomada, a única que havia nesse cômodo. Havia um benjamim com uma televisão, um microondas e uma geladeira, Sendo que a televisão ficava ligado o dia inteiro para espantar os ratos. Então, ali começou. Ela relatou que há quatro meses já teve um curto-circuito nessa mesma tomada. Mas o marido trocou a tomada, consertou e ele continuaram da mesma forma. Eles estão há 1 ano e 2 meses ocupando esse local e sempre foi dessa forma. Com exceção desse caso há 4 meses não tinha havido nenhum outro problema”, declarou de Paula Santos.

O delegado pontuou que o próximo passo é identificar nos destroços vestígios que comprovem a tese.

Já o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Mágino Alves, explica como estão avançando as investigações. “A oitivia é de cerca de 15 pessoas, que já foram ouvidas nesse inquérito. Outras serão também e vamos prosseguir nas investigações já tendo como base essa causa inicial do incidente”, revelou o secretário.

Mágino Alves destaca ainda que as organizações que atuam nas ocupações serão investigadas.

Coordenador do Movimento da Luta Social por Moradia, Ricardo Luciano Lima, defende a cobrança de contribuições das famílias. “É natual que haja uma contribuição, um valor mínimo para manutenção nesses locais como água e luz. A maioria desses locais não têm esse tipo de assistência, muitas das vezes esses prédio são só o esqueleto. Não tem encanamento, nem nada”, declarou.

Ricardo Luciano ainda defendeu Ananias Pereira, apontado como um dos coordenadores do Movimento de Luta Social por Moradia. Criticado por ostentar carro de luxo, ele deve depor à Polícia Civil para esclarecer a atuação na organização.

No Largo do Paissandu, o Corpo de Bombeiros continua com as buscas por vítimas. O prédio que fica ao lado do edifício que desabou foi condenado pela Defesa Civil por também correr risco de ruir.

*Com informações de Matheus Meirelles

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