Datafolha: 60% dos brasileiros creem que reforma trabalhista privilegia patrões

  • Por Jovem Pan
  • 01/05/2017 08h28
Arquivo/Agência Brasil fábrica

Em nova pesquisa Datafolha, 64% dos entrevistados acham que a reforma trabalhista privilegia mais os empresários do que os trabalhadores. 63% dizem isso sobre a terceirização. De acordo com a pesquisa, até mesmo os empresários pensam desta forma.

Sancionada no dia 31 de março pelo presidente Michel Temer, a lei da terceirização permite que a empresa possa contratar outra para qualquer tipo de serviço. Anteriormente não existia uma legislação específica, mas havia o entendimento de que as empresas deveriam ter, obrigatoriamente, funcionários próprios em suas funções principais, as chamadas atividade-fim. Ou seja, uma empresa de jornalismo, por exemplo, poderia terceirizar o setor da limpeza, mas não seus funcionários.

34% dos entrevistados argumentaram ainda que a nova legislação deve aumentar a criação de empregos, mas 31% creem que não haverá mudanças e os mesmos 31% consideram que vagas serão fechadas.

48% dos empresários afirmaram que o emprego deve ser beneficiado pela nova lei. No entanto, os assalariados com registro em carteira são mais pessimistas, 34% dizem que haverá menos vagas, 33% creem que nada será modificado e 29% consideram uma maior oferta de emprego.

Os preços de mercadorias e serviços deve subir com a ampliação da terceirização, segundo 66% dos entrevistados. Apenas 17% espera aumento de salários.

44% dos entrevistados acreditam que a reforma não trará impactos na remuneração e 35% (e 27% dos empresários) dizem que os salários serão reduzidos.

Aprovada na última quarta-feira (26) pela Câmara dos Deputados, a reforma trabalhista será analisada agora pelo Senado. O projeto prevê que acordos entre empregadores e empregados prevaleçam sobre a lei em determinados casos, jornadas de trabalho flexíveis e parcelamento de férias.

Para 58% dos entrevistados, os trabalhadores perdem direitos com as reformas, a taxa sobe para 66% entre os assalariados registrados e para 68% dos empresários. 21% avaliam que não haverá mudanças com a reforma e 11% creem que os direitos aumentarão.

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