Dez anos após acidente da TAM, Aeroporto de Congonhas continua sem melhoras no quesito segurança

  • Por Jovem Pan
  • 19/07/2017 08h00 - Atualizado em 19/07/2017 08h49
Rádio Jovem Pan Congonhas, por sua vez, continua com a mesma movimentação, sem prolongamento de pista ou qualquer outra tentativa de melhora no quesito segurança

Dez anos se passaram do acidente com o voo 3054 da TAM que matou 199 pessoas e o que mudou de lá pra cá na aviação, especialmente no Aeroporto de Congonhas?

O então governador de São Paulo José Serra batia na tecla que o aeroporto era inadequado. O prefeito de São Paulo, na época do acidente, Gilberto Kassab, chegou a defender uma área de escape com novas tecnologias para Congonhas e que se fosse constatada a falha do aeroporto na tragédia ele teria que ser fechado.

O Ministério Público Federal engrossava o coro e ia mais longe, pedia o fechamento de Congonhas até a elucidação dos fatos. O procurador Márcio da Silva Araújo apontava a motivação da ação civil pública.

O especialista em gerenciamento de risco da Universidade Federal do Rio de janeiro, Moacir Duarte, falava sobre a necessidade de outro aeroporto para São Paulo, dizia que era preciso coragem. Mas a coragem de fato não apareceu ao longo desses 10 anos.

O presidente da Infraero na ocasião, Brigadeiro José Carlos Pereira, dizia que em 10 anos a região metropolitana já teria que possuir mais um aeroporto.

Os anos se passaram e nada se confirmou, nenhum outro aeroporto na região metropolitana de São Paulo saiu do papel. Congonhas, por sua vez, continua com a mesma movimentação, sem prolongamento de pista ou qualquer outra tentativa de melhora no quesito segurança.

E os familiares, no dia do acidente, demonstraram a revolta de forma explícita. Eles reclamavam dos problemas para o reconhecimento dos corpos.

Hoje, como vivem as famílias tendo que conviver com a impunidade, já que ninguém foi responsabilizado pelo acidente? O vice-presidente da Associação dos Parentes das Vítimas do Voo 3054, Archelau Xavier, enfatizou que a sensação é amarga.

O presidente da Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo, Claudio Candiota, afirmou que o País sofre com o loteamento de cargos e que o cenário não será alterado enquanto perdurarem os desmandos do setor.

*Reportagem de Daniel Lian

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