Diante de proibição dinamarquesa para uso de burca, Boris Johnson reage e causa polêmica

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 08/08/2018 09h11
EFE/ Andy Rain O ex-ministro do Exterior disse que ninguém deve impor o que uma mulher deve ou não vestir, mesmo que ela esteja parecendo uma caixa de correio ou um ladrão de banco

2018 e o véu islâmico ainda causa grandes controvérsias na Europa – sobretudo as versões mais generosas no tecido representadas pela burca e o niqab, onde só os olhos das mulheres ficam à mostra.

A Dinamarca implementou neste mês uma proibição total a esses tipos de véus – as mulheres que forem flagradas em público podem ser multadas em mil coroas dinamarquesas, mais ou menos R$ 600.

O país se junta a França, Alemanha, Áustria e Bélgica, que já têm proibições semelhantes.

No Reino Unido não se discute tal proibição em nível governamental, principalmente pelos traços liberais da sociedade britânica – liberais mesmo, não essa jabuticaba de se dizer liberal na economia e conservador nos costumes.

E foi justamente usando essa premissa que o ex-ministro do Exterior, Boris Johnson, escreveu um polêmico artigo criticando a Dinamarca pela proibição. O problema foi a forma como Johnson se expressou.

O ex-prefeito de Londres escreveu que ninguém deveria dizer para uma mulher livre o que ela deve ou não vestir em público, mesmo que ela esteja parecendo uma caixa de correio ou um ladrão de banco.

A primeira-ministra, Theresa May, do mesmo partido de Johnson, exigiu um pedido de desculpas dele pela utilização dos termos, que ofendeu a comunidade muçulmana no Reino Unido.

Johnson disse que mantém os comentários e que não vai se desculpar. A questão é que ele está entre os mais cotados para assumir a liderança do partido conservador quando Theresa May deixar o cargo, o que pode acontecer mais cedo do que deveria por causa do Brexit.

O pensamento liberal também nos costumes pode acabar custando a carreira política de um dos líderes mais controversos da Inglaterra nos últimos tempos.

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