Doleiro que havia firmado delação premiada na Lava Jato continuava cometendo crimes

  • Por Jovem Pan
  • 16/05/2018 09h27
Ravena Rosa/Agência Brasil PF Polícia Federal sequestrou R$ 200 milhões em imóveis e patrimônio dos investigados na Operação Efeito Dominó

A Polícia Federal deflagra a Operação Efeito Dominó e vê indícios de uso de dinheiro do tráfico de drogas por políticos corruptos. A PF cumpriu oito mandados de prisão e 18 de busca e apreensão, nesta terça-feira (15), em sete estados.

A ofensiva das autoridades é um desdobramento da Operação Spectrum, realizada no ano passado .Na ocasião, a Polícia Federal prendeu um dos traficantes mais procurados da América Latina, Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca.

O foco da PF agora é a rede do doleiros e lavadores de dinheiro que dava suporte à quadrilha. O delegado Roberto Biasoli diz que as autoridades veem indícios dos recursos do narcotráfico indo parar nas mãos de políticos corruptos. “Temos indícios de um link direto do dinheiro do narcotráfico indo parar na mão de políticos. O dinheiro sujo não tem origem”, declarou Biasoli.

Um dos doleiros presos é Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará. Ele havia firmado acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo a Polícia Federal, há motivos suficientes para pedir a suspensão do benefício.

O delegado regional de combate ao crime organizado, Igor Romário de Paula, diz que parar a atividade criminosa era uma condição para manter o combinado. “O parâmetro básico para se firmar um acordo de colaboração é cessar a atividade criminosa. A continuidade é mais do que suficiente para a quebra de um acordo”, ressaltou.

O delegado disse ainda que Ceará e Cabeça Branca trabalhavam juntos desde 2016. A Polícia Federal sequestrou R$ 200 milhões em imóveis e patrimônio dos investigados.

*Com informações do repórter Tiago Muniz

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