Enfrentamento à violência contra a mulher esbarra em falta de estrutura de tribunais

  • Por Jovem Pan
  • 13/08/2018 07h10 - Atualizado em 13/08/2018 08h13
EFE/Antonio Lacerda EFE/Antonio Lacerda No ano passado os casos de feminicídio tiveram aumento de 6%

O recente aumento dos casos de violência contra a mulher tem preocupado as autoridades. Mas o problema não é de agora. Só para se ter uma ideia, no ano passado os casos de feminicídio tiveram aumento de 6%. Os estupros cresceram 8,4%, enquanto que os homicídios de um modo geral cresceram menos, algo em torno de 3%.

Preocupado, o Conselho Nacional de Justiça reuniu especialistas de todo o país em Brasília para exatamente discutir o assunto e definir novas formas de abordagem pelo poder judiciário.

A delegada do Piauí, Eugênia Monteiro Villa, explicou que muitas autoridades ainda minimizam a situação, não conseguem contextualizar o crime, deixam passar gestos que são simbólicos, uma vez que, nos casos de feminicídio, o agressor ataca a biografia da mulher para demonstrar força e poder. É preciso também, segunda ela, parar de buscar justificativas para os crimes.

A juíza do Tribunal de Justiça de São Paulo, Teresa Cristina Santana, admitiu que dentro do próprio Judiciário é preciso vencer as resistências que ainda existem em torno das chamadas medidas protetivas.

A pesquisadora Ana Paula Martins acredita que o problema é que, no geral, as mulheres ainda são tratadas como seres de classes inferiores.

Depois de dois dias de debates, o entendimento geral é de que a violência contra a mulher tem crescido sem que se saiba exatamente o motivo, por isso, o entendimento é de que é preciso adequar todos os órgãos para que eles saibam como identificar e lidar com o problema.

O objetivo nesse momento é entender por qual motivo os números continuam aumentando no país e o que fazer para prevenir e combater o feminicídio.

*Informações da repórter Luciana Verdolin

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