Ensino à distância cresce de forma desenfreada e traz dúvidas sobre qualidade do ensino
Os primeiros meses do ano marcam um período de vestibulares e matrículas em instituições de ensino superior. No caso de 2018, as faculdades que oferecem o ensino à distância, ou EAD, devem registrar uma grande expansão dos negócios.
O crescimento já foi registrado na segunda metade do ano passado, quando o número de polos aumentou quase 90%.
A expansão se deve aos primeiros resultados do marco regulatório do Ministério da Educação, que flexibilizou as normas do setor em junho de 2017.
Esse crescimento acelerado traz dúvidas sobre a manutenção da qualidade de ensino, já que nessa modalidade, as matrículas e mensalidades acabam tendo valores menores que os cobrados instituições tradicionais.
Ryon Braga, presidente da Uniamérica e diretor da Atimã Educar, ressaltou que o MEC não permite uma queda considerável na qualidade do ensino à distância.
O presidente da Uniamérica e diretor da Atimã Educar, Ryon Braga, destacou ainda que o EAD também tem crescido no Brasil porque tem ampliado o portfólio de opções, oferecendo cursos de engenharia e relacionados à área de saúde.
O Ministério da Educação apontou que os cursos a distância são avaliados pelos mesmos critérios dos presenciais, o que expõe as instituições a possíveis sanções, como corte de vagas e cursos, em casos de maus resultados.
Conselheiro da Associação Brasileira de Ensino a Distância, professor Renato Bulcão, atribuiu à guerra de preços, que derrubou os valores dos cursos à distância, à crise econômica: “claro que existe limite para ofertar determinado curso, claro também que a guerra de preços aconteceu muito em decorrência da crise. E dentro desse cenário de crise havia a ideia de ajustar o preço à efetiva capacidade das classe B- e C de pagar pelos cursos”.
O professor Renato Bulcão também criticou os preços agressivos usados por instituições privadas que pertencem a fundos de investimentos.
Dados do Enade indicam que o desempenho de alunos de cursos a distância, em geral, é inferior a de estudantes presenciais. Na graduação on-line, em média, apenas 30% dos matriculados concluem o curso, contra 50% no ensino presencial.
*Informações do repórter Matheus Meirelles
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