Especialistas discutem alternativas para revitalizar o centro e reduzir o déficit habitacional
As prefeituras das principais cidades do Brasil contam com apoio do Governo Federal para reformar os centros urbanos. Após a queda do edifício Wilton Paes de Almeida, em São Paulo, o abandono pelas estruturas antigas das capitais ficou escancarado.
Na última semana, a Fundação Fernando Henrique Cardoso recebeu um debate, organizado pela “Arq.Futuro”, sobre a revitalização de regiões metropolitanas históricas.
Ex-presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, Washington Fajardo destaca as diferenças entre a antiga capital do Brasil e o centro de São Paulo. “O centro histórico de São Paulo é mais verticalizado e mais jovem do que o centro do Rio, que é mais antigo. O centro de São Paulo tem edifícios mais jovens e de mais fácil recuperação”, revelou Fajardo.
Washington Fajardo afirma que apesar da necessidade de revitalização, o centro do Rio de Janeiro tem desafios diferentes dos de São Paulo.
O prefeito da capital paulista, Bruno Covas, aponta a importância da revitalização do centro para o crescimento da cidade e do país. “Quando se recupera o centro, se dá mais vitalidade, atrai mais turistas e empregos, além de melhorar a renda da população. A revitalização do centro é estratégica para melhorar a qualidade de vida do paulistano e gerar mais empregos e rendas”, revelou o prefeito.
Bruno Covas ressaltou que tem conversado com o Ministério do Turismo para angariar apoio para a reforma das calçadas no Centro de São Paulo.
A Secretária Municipal de Urbanismo e Licenciamento, Heloisa Proença, destaca que as mudanças urbanísticas estão relacionadas com as questões habitacionais das grandes cidades. Para ela, é preciso enfrentar o problema. “Entender que só o planejamento urbanístico sozinho não vai resolver a questão, é o início do enfrentamento do problema. Só uma articulação de várias políticas públicas, de habitação, assistência social, saúde pública, segurança, patrimônio cultural, patrimônio mobiliário, é que poderá dar conta do desafio”, afirmou Heloisa.
A secretaria ressalta que muitos imóveis considerados patrimônios históricos não estão sendo aproveitados de maneira adequada na capital paulista.
Para o presidente da SP Urbanismo, José Armênio de Brito Cruz, as estruturas são subutilizadas. “Os centros estão consolidados. A materialidade está feita. Grande parte da mudança é ocupação. Temos prédios em desuso, o que era para ser um hotel virou um edifíco administrativo. Ou que era para ser escola, tem funcionário público trabalhando”, declarou.
Cruz destaca que a habitação é a ferramenta principal para a recuperação do centro de São Paulo. A Prefeitura vê a região como principal alternativa para aumentar o número de moradias e reduzir o déficit habitacional.
*Com informações do repórter Matheus Meirelles
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