Especialistas discutem alternativas para revitalizar o centro e reduzir o déficit habitacional

  • Por Jovem Pan
  • 21/05/2018 08h50 - Atualizado em 21/05/2018 08h53
Rovena Rosa / Agência Brasil Cidade de São Paulo convive com prédios subutilizados no Centro da capital

As prefeituras das principais cidades do Brasil contam com apoio do Governo Federal para reformar os centros urbanos. Após a queda do edifício Wilton Paes de Almeida, em São Paulo, o abandono pelas estruturas antigas das capitais ficou escancarado.

Na última semana, a Fundação Fernando Henrique Cardoso recebeu um debate, organizado pela “Arq.Futuro”, sobre a revitalização de regiões metropolitanas históricas.

Ex-presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, Washington Fajardo destaca as diferenças entre a antiga capital do Brasil e o centro de São Paulo. “O centro histórico de São Paulo é mais verticalizado e mais jovem do que o centro do Rio, que é mais antigo. O centro de São Paulo tem edifícios mais jovens e de mais fácil recuperação”, revelou Fajardo.

Washington Fajardo afirma que apesar da necessidade de revitalização, o centro do Rio de Janeiro tem desafios diferentes dos de São Paulo.

O prefeito da capital paulista, Bruno Covas, aponta a importância da revitalização do centro para o crescimento da cidade e do país. “Quando se recupera o centro, se dá mais vitalidade, atrai mais turistas e empregos, além de melhorar a renda da população. A revitalização do centro é estratégica para melhorar a qualidade de vida do paulistano e gerar mais empregos e rendas”, revelou o prefeito.

Bruno Covas ressaltou que tem conversado com o Ministério do Turismo para angariar apoio para a reforma das calçadas no Centro de São Paulo.

A Secretária Municipal de Urbanismo e Licenciamento, Heloisa Proença, destaca que as mudanças urbanísticas estão relacionadas com as questões habitacionais das grandes cidades. Para ela, é preciso enfrentar o problema. “Entender que só o planejamento urbanístico sozinho não vai resolver a questão,  é o início do enfrentamento do problema. Só uma articulação de várias políticas públicas, de habitação, assistência social, saúde pública, segurança, patrimônio cultural, patrimônio mobiliário, é que poderá dar conta do desafio”, afirmou Heloisa.

A secretaria ressalta que muitos imóveis considerados patrimônios históricos não estão sendo aproveitados de maneira adequada na capital paulista.

Para o presidente da SP Urbanismo, José Armênio de Brito Cruz, as estruturas são subutilizadas. “Os centros estão consolidados. A materialidade está feita. Grande parte da mudança é ocupação. Temos prédios em desuso, o que era para ser um hotel virou um edifíco administrativo. Ou que era para ser escola, tem funcionário público trabalhando”, declarou.

Cruz destaca que a habitação é a ferramenta principal para a recuperação do centro de São Paulo. A Prefeitura vê a região como principal alternativa para aumentar o número de moradias e reduzir o déficit habitacional.

*Com informações do repórter Matheus Meirelles

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