Europa demonstra cansaço com política de austeridade

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan Londres
  • 02/05/2018 10h27
EFE/CHRISTOPHE PETIT TESSON Manifestante carrega pedaço de laje com o nome do presidente francês Emmanuel Macron durante marcha de 1º de Maio

O longo período de cintos apertados e controle nos gastos públicos deixou marcas profundas na Europa.

Desde a crise de 2008 os países do continente vem adotando medidas para segurar as contas com os chamados planos de austeridade.

E isso significou reduzir a qualidade de serviços públicos, auxílios para a população e o investimento em grandes obras.

Os sinais de esgotamento deste tipo de política estão por todos os lados.

Ontem na França, por exemplo, as manifestações do primeiro de maio terminaram em violência ao serem raptadas por black blocs.

Cerca de 200 pessoas foram presas só em Paris, depois que vitrines foram quebradas e carros incendiados nos protestos contra os planos reformistas de Emmanuel Macron.

Aqui no Reino Unido a insatisfação tem sido demonstrada nas pesquisas – e possivelmente nas eleições regionais de amanhã.

Um levantamento divulgado pelo jornal Financial Times indica que dois terços dos britânicos acredita que os cortes nos gastos públicos foram longe demais.

Londres, por exemplo, teve reduções drásticas nas despesas com policiamento nos últimos anos.

Coincidência ou não, a violência na capital se tornou uma preocupação e a cidade registra hoje mais assassinatos que Nova York.

Por aqui, a classe política ainda não parece apta para atender a esse anseio por mudança dos eleitores.

A mesma pesquisa mostra que a percepção de que a esquerda tem políticas econômicas inaptas segue alta, embora o descontentamento com a austeridade dos conservadores também tenha crescido.

Assim como no Brasil, onde os índices mostram alguma recuperação, no Reino Unido o orçamento do governo voltou inclusive ao nível pré-crise.

Falta ainda sentir a diferença na vida real.

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