Filipinas que trabalhavam em imóveis de luxo em SP, em condições análogas à escravidão, são resgatadas

  • Por Jovem Pan
  • 01/08/2017 08h10 - Atualizado em 01/08/2017 11h22
Reprodução Anúncio feito por agência filipina no Facebook para trabalho com visto no Brasil

Uma operação do Ministério do Trabalho já identificou pelo menos três mulheres filipinas mantidas em condições análogas à escravidão, em São Paulo.

Elas foram trazidas ao Brasil por duas agências de emprego e trabalhavam como empregadas domésticas, em áreas nobres da capital paulista.

A estimativa dos investigadores é de que 180 pessoas já tenham sido atraídas pelas propostas e de que 130 patrões tenham se beneficiado do esquema. Eles pagavam cerca de R$ 15 mil, para contratar uma estrangeira.

Os anúncios eram feitos em redes sociais, por uma agência de Hong Kong.

No Brasil, elas eram recrutadas pela SDI pela Global Talent.

A promessa era de que receberiam altos salários e de que a viagem seria paga pelas empresas, mas, ao chegar a São Paulo, a realidade era bem diferente.

As vítimas eram maltratadas, submetidas a jornadas exaustivas e obrigadas a entregar parte do dinheiro para quitar a dívida da passagem.

As mulheres não falavam português e a descoberta só aconteceu depois que as filipinas procuraram o Padre Paolo Parise, da Missão Paz, que é italiano. O padre é responsável pela Missão Paz, referência no atendimento a imigrantes, em São Paulo.

Segundo o Ministério do Trabalho, um hotel de Amparo, no interior de São Paulo, também está sendo investigado por uso de mão-de-obra escrava.

Uma lista de clientes das agências já foi encontrada pelos auditores e os empregadores deverão ser responsabilizados.

*Informações do repórter Vitor Brown

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