Futuro secretário de Comércio Exterior defende abertura da economia brasileira: ‘Muito protegida’

  • Por Jovem Pan
  • 03/12/2018 09h31 - Atualizado em 03/12/2018 09h43
Divulgação "Quero também ajudar na abertura da economia brasileira”, disse Troyjo

A reunião do G20 terminou com um acordo importante para o cenário mundial. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aceitou suspender durante 90 dias o seu plano de subir de 10% para 25% as tarifas americanas a produtos chineses no valor de US$ 200 bilhões, enquanto negocia com Pequim mudanças estruturais na sua política econômica.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o futuro secretário especial Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Governo de Jair Bolsonaro, Marcos Troyjo, destacou que essa guerra entre as duas potências não é tradicional, mas também não configura uma Guerra Fria.

“O que está acontecendo é uma série múltipla de aproximações. Acho muito pouco que tudo isso ocorra em 90 dias”, disse Troyjo. Para ele, a guerra entre os dois países tem três efeitos ao Brasil.

Durante a vigência da disputa é possível que aumentemos remessas de soja pra China. A disputa também dá ao Brasil um certo tempo. Em momento que acordos bilaterais voltam a ser tônica, o Brasil pode ter tempo para fazer frente a novas dinâmicas. Além disso, se diminuem tensões entre as duas potências, o horizonte para a economia global melhora”, enumerou.

Com o processo de ascensão da economia chinesa, o Brasil acabou concentrando suas exportações em bens de menor valor agregado.

Uma das características do mundo contemporâneo é o acordo com mercados compradores. Mantivemos a economia brasileira muito protegida. Quero ajudar para que o Brasil possa modernizar a estrutura para lidar com novas características de comércio. Quero também ajudar na abertura da economia brasileira”, explica.

Parcerias do Brasil

Durante os governos petistas, o Brasil praticou uma política externa “terceiro mundista”, segundo o futuro secretário de Bolsonaro. “Na vã esperança de se tornar membro do Conselho de Segurança da ONU, isso acabou afetando as relações econômicas internacionais do Brasil. Optamos por fazer investimentos em países de baixo retorno, como Cuba. Do ponto de vista mais geral haverá sim uma mudança de ‘Meridiano de Greenwich’, mais se aproximando dos cânones ocidentais”, disse.

Por mais que a posição dos EUA seja questionada, Troyjo ainda os creditam como uma superpotência determinante. “Precisamos voltar a nos aproximar. Intercambio internacional entre EUA e Brasil é baixo. Fechamos exportações com quase 27 bilhões de dólares e chineses fecharam com quase 700 bilhões no ano passado com os EUA”, relembrou.

Confira a entrevista completa com Marcos Troyjo:

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