Gestor da Nossa São Paulo acredita que paulistano tem visão mais estrutural sobre Cracolândia

  • Por Jovem Pan
  • 19/07/2018 07h24 - Atualizado em 19/07/2018 08h44
Allan White / Fotos Publicas Paulistanos acreditam que é preciso aumentar a rede de proteção de saúde, assistência social, educação, trabalho e renda para aqueles que estão na Cracolândia.

Quase 60%  dos paulistanos consideram que o combate ao tráfico de drogas é a principal medida para enfrentar o problema da Cracolândia. Além do enfrentamento ao tráfico, 53% entendem que é necessário desenvolver políticas públicas conjuntas em diversas áreas. Ou seja, isso significa aumentar a rede de proteção de saúde, assistência social, educação, trabalho e renda para aqueles que estão na Cracolândia.

Esses resultados constam de um levantamento do Ibope divulgado, na última quarta-feira (18), que ouviu 800 pessoas. O gestor de projetos da Rede Nossa São Paulo, Américo Sampaio, que encomendou a pesquisa, diz que os números mostram que o paulistano faz uma ligação direta entre a Cracolândia e as drogas.

Sampaio afirma que o cidadão tem percebido que as políticas públicas para a questão não devem apenas reprimir o tráfico, mas integrar diferentes ações. “O paulistano entende que para resolver o problema da Cracolândia é preciso resolver o problema do tráfico de drogas. O paulistano faz uma ligação-direta entre Cracolândia e drogas. É como se ele tivesse uma visão mais estrutural do problema”, disse.

A pesquisa também perguntou que medidas o paulistano apoia para melhorar as condições de vida da população em situação de rua como um todo. As respostas foram bastante fragmentadas, mas uma das alternativas mais mencionadas foi ampliar os centros de acolhida.

O vigário da Pastoral do Povo de Rua, padre Júlio Lancellotti , é bastante crítico de como o atendimento tem sido feito atualmente. O padre afirma que o serviço falha quando não dá autonomia às pessoas e trata a todos da mesma maneira. “As pessoas são atendidas massivamente. Tem horário para entrar, sair, levantar, ir no banheiro. Todos tem que comer a mesma comida e não tem uma diferenciação. Por exemplo, se a pessoa for diabética, está com diarreia ou passou mal e precisa descansar mais cedo… Não, todos tem que ter o mesmo horário”, afirmou Lancellotti.

Os pesquisados citaram também que a melhoria das condições da população de rua passa também pela capacitação com foco na inserção no mercado de trabalho. Cerca de um quarto dos entrevistados defendem transformar prédios desocupados e com dívidas de IPTU em moradia.

*Com informações do repórter Tiago Muniz

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.